Imigrantes brasileiros e a política migratória do Paraguai na década de 1960 a 1980
Resumo
Resumo: A década de 1960 até a de 1980 foi um período de abertura política e econômica que promoveu a imigração de muitos brasileiros agricultores para a região de fronteira do Paraguai. Neste trabalho, pretende-se apresentar a política migratória e agrária de Stroessner no período delimitado, analisando o contexto de ocupação de algumas áreas específicas. O método de pesquisa utilizado para compor este trabalho é o monográfico, tendo por base o estudo bibliográfico. A comparação entre os estudos demonstra que um dos motivos principais da abertura migratória ao território paraguaio foi o espírito de cooperação entre Brasil e Paraguai com intenções desenvolvimentistas. O processo migratório dos brasileiros se deu em decorrência das dificuldades enfrentadas pelos agricultores no Brasil e pela facilidade de compra de terras no Paraguai, estas facilidades decorrem devido às políticas agrárias do governo paraguaio. A expansão da agricultura mecanizada culminou na expulsão dos brasileiros e pequenos agricultores, que, vendo sua esperança de adquirir terras no Paraguai acabada, tentaram voltar ao Brasil a partir da metade da década de 1980, coincidindo com o fim da ditadura e a saída do presidente Stroessner do governo. A questão identitária é tratada pelos autores como uma consequência da imigração, para minimizar os conflitos e facilitar a adaptação dos imigrantes brasileiros ao país, o que originou uma "nova" identidade, a brasiguaia. A conclusão define que a política Stroessner alcançou o propósito de transformar a região fronteiriça em uma área de agricultura modernizada, mas trouxe prejuízos sociais e culturais para ambos os lados, aumentando as desigualdades sociais entre os paraguaios e acarretando uma problemática identitária a ser resolvida em ambos os países.
Collections
- Sociologia política [197]