Emissões de gases de efeito estufa do sistema de tratamento de efluentes de indústria de laticínios : comparação entre sistemas aeróbio e anaeróbio
Resumo
Resumo: De acordo com a Terceira Comunicação Nacional sobre emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs), o setor de Tratamento de Resíduos foi responsável por 4% do total de CO2e emitidos em 2010 pelo Brasil. O principal gás emitido pelo setor é o metano proveniente da disposição de resíduos sólidos e pelo tratamento anaeróbio de efluentes. O objetivo deste estudo foi comparar a emissão anual de GEEs proveniente do tratamento de efluente aeróbio, lodos ativados, com a emissão anual de um tratamento de efluente anaeróbio hipotético, reator UASB, sem recuperação de metano, para avaliar o tratamento de menor impacto sobre o clima. O estudo foi realizado na Estação de Tratamento de Efluente (ETE) de indústria de laticínios localizada no Norte do Estado do Paraná. Foram coletados dados de janeiro a outubro de 2016. A ETE utiliza o sistema de tratamento biológico de lodos ativados, trata aproximadamente 453.359 m³ de efluente por ano, com DQO média inicial de 2.903 mg.L-1 . Para calcular as emissões de GEEs do tratamento aeróbio e anaeróbio foi utilizado a metodologia UNFCCC AMS-III.I, versão 18.0. O sistema aeróbio emitiu 9,92 tCH4, equivalente a 277,66 tCO2e. Já para o tratamento anaeróbio foi estimado a emissão de 25,29 tCH4 ou 708,18 tCO2e. O estudo indicou que o tratamento aeróbio evitou a emissão 430,52 tCO2e no ano de 2016 em relação ao sistema anaeróbio, constituindo-se a melhor opção de tratamento do efluente para as duas situações estudadas.