Significados da relação pobreza e escola pelas vozes dos professores
Resumo
Resumo : A proposta deste artigo é analisar os significados da relação entre pobreza e educação escolar pelas vozes dos professores de uma escola pública do Município de Pinhais. Para tanto, realizou-se uma revisão de literatura apresentando, as concordâncias e discordâncias teóricas trazidas pelos autores, em especial as de Arroyo (2014), Pinzani & Rego (2014) e Lipina (2013), que embasam seus trabalhos acerca da pobreza. Em linhas gerais, a pobreza é um conceito multifacetado não podendo ser considerada somente pelo viés econômico, uma vez que pensar o não acesso a escola, por exemplo, também é um aspecto que deriva-se da pobreza, perpetuando-se e gerando exclusão social. No que tange às relações estabelecidas entre a pobreza e escola pode-se mencionar diversos aspectos entendidos pelos autores mencionados, bem como pelos professores pesquisados em campo, mediante a análise de questionários distribuídos a estes. Para os autores, a relação escola e pobreza possuem certos determinantes que remetem ao fracasso dos educandos pobres: a falta de qualidade da educação pública brasileira, o currículo escolar que pouco prioriza e trabalha a questão da pobreza, a desnutrição que é uma das facetas mais cruéis da pobreza, a falta de disponibilidade de materiais de leitura, a falta de acesso aos recursos tecnológicos, à necessidade de abandonar os estudos para trabalhar e contribuir com a renda familiar, falta de tempo dos educandos por ter que trabalhar e local apropriado para estudar nas suas residências. Quanto aos significados atribuídos pelos professores acerca da referida relação, estes desconsideram que a escola e o corpo docente podem estar sendo omissos no apoio e ou ineficientes na educação dos estudantes pobres. A escola e os docentes estão fazendo tudo o que podem para resgatar e ensinar estes educandos. Porém, sentem-se impotentes diante das demandas sociais, familiares e econômicas dos estudantes. De acordo com os professores, a escola sente-se impotente e percebem a sensação de abandono pelo poder público, órgãos e instituições que deveriam auxiliar a escola nestas questões. Desse modo, impera a ineficácia e ineficiência escolar e infelizmente ainda é a escola unicamente culpabilizada pela falha da família, do estado e da sociedade.