PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HIV/AIDS NO ESTADO DO PARANÁ (2013 A 2018)
Data
2020-07-31Autor
VICTÓRIA RIBEIRO DE MEDEIROS
LAURA VITÓRIA SCHEUERMANN BONATTO
FELIPE RIBEIRO DOS SANTOS
FERNANDA VIGILATO CHASKO
LETÍCIA WENDLER RIBEIRO DA SILVA
ADRIANE DE CASTRO MARTINEZ
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são uma grande questão de saúde pública, haja vista não impactarem somente a vida de quem vive com a infecção, mas também os âmbitos sociais, econômicos, culturais e da saúde coletiva. Nesse contexto, encontra-se o vírus do HIV, cujo delineamento do perfil epidemiológico é de extrema importância para que o poder público possa tomar tanto medidas preventivas, quanto de assistência à saúde. Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico de HIV/AIDS no estado do Paraná. Material e Métodos: Estudo descritivo realizado através da coleta de dados secundários do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis e de Boletins Epidemiológicos de HIV/AIDS, compreendendo o período de 2013-2018. Resultados: Foram notificados 14.050 casos de HIV e 12.103 casos de AIDS no estado. Em relação ao HIV, evidenciou-se um aumento de 56,9% no número de casos de 2013 (n=1.499) a 2018 (n=2.353). Este crescimento é evidenciado em municípios como Curitiba, que registou aumento de 24% entre 2013 (n=608) a 2017 (n=757), e Cascavel devido ao elevado número de casos em 2015 (n=126). Os casos de HIV em gestantes tiveram um aumento de apenas 1,4% no período de 2013 (n=408) a 2018 (n=414). Em 2018, a taxa de detecção em gestantes foi de 3 casos/100mil habitantes, valor idêntico a média nacional e das regiões Norte e Sudeste, ficando atrás apenas do Sul com 6 casos/100mil habitantes. Com relação à AIDS, verificou-se diminuição de 11,9% do número de casos de 2013 (n=2.141) a 2018 (n=1.885). Destes, 68% (n=8.195) correspondem a indivíduos do sexo masculino. A taxa de detecção apresentou queda de 19,5 para 16,6 casos/100mil habitantes, valor inferior se comparado ao coeficiente nacional que corresponde a 17,8 casos/100mil habitantes. Alguns municípios refletem a queda na taxa de detecção em 2018, como Curitiba que passou de 27,9 para 22,8 casos/100mil habitantes. Analisando a região Sul, o Paraná teve a menor taxa de detecção em relação a Santa Catarina (25,6) e Rio Grande do Sul (27,2). O coeficiente de mortalidade no estado apresentou decréscimo de 5,9 óbitos/100mil habitantes em 2013 para 4,7 óbitos em 2018, representando redução de 20,3%. No panorama nacional, houve ampliação de 193% na distribuição de testes rápidos entre 2013 (n=4.729.485) a 2018 (n=13.880.013), refletindo em municípios do estado, como Cascavel que aumentou em 59% a realização dos testes através do SUS entre 2013 (n=16.785) a 2016 (n=26.771). Conclusões: A notificação compulsória da infecção pelo HIV se deu somente a partir de 2014, o que impede uma análise epidemiológica mais rigorosa. Há um aumento significativo de novos casos de HIV no período de 2013 a 2018, porém o índice de detecção em gestantes foi baixo e em 2018 foi igual a média nacional. O Paraná se destaca dentre os estados da região Sul com a menor taxa de detecção dentre os indivíduos testados e notória diminuição da mortalidade.