Caracterização química do material particulado inalável fino no sítio de amostragem do Projeto Go Amazon – Manacupuru – e a cidade de Manaus, Amazonas
Resumo
Manaus, a capital do estado do Amazonas, localizada na região conhecida como Amazônia central, possui um polo industrial, a Zona Franca, e uma frota veicular em constante ascensão. Boa parte da poluição ali gerada pode ser transportada, por meio dos ventos de nordeste, predominantes ao longo do ano, ao sítio de amostragem do projeto GoAmazon (aqui denominado T3), na zona rural do município de Manacapuru- AM, à aproximadamente 70 quilômetros à sudoeste de Manaus. O município está localizado em região periurbana sem um centro urbano desenvolvido, excluindo assim fontes antrópicas locais. Logo, o objetivo deste estudo é a caracterização química do material particulado (MP) inalável fino, de acordo com a sazonalidade, em área urbana e semi-urbana da região Amazônica: Manaus e T3, respectivamente. Para tanto, a amostragem de MP2,5 ocorreu nos períodos chuvosos e de seca. A concentração média de MP2,5 foi determinada por análise gravimétrica, o carbono negro (Black Carbon) por Transmitância e a concentração de íons (cátions e ânions) por Cromatografia de Ions. A concentração mássica média de MP2,5 encontrada para a estação chuvosa na cidade de Manacapuru foi de 1,6 ± 2,0 µg m-³ enquanto na estação seca foi de 22 ± 15 µg m-³. Para a cidade de Manaus durante a estação seca a concentração mássica de MP2,5 encontrada foi de 9 ± 4 µg m-³. Quanto a concentração média de carbono negro a variação entre as duas IOPs é sutil, sendo de 0,3 µg m-³ no período chuvoso e de 0,5 µg m-³ no período de seca. Por sua vez, em Manaus durante a IOP2 a concentração média encontrada foi de 1,6 ± 0,6 µg m-³. A maior variação entre os íons solúveis analisados para a IOP 1 e 2 em Manacapuru foram amônio, potássio e sulfato. Sendo suas respectivas concentrações de 55 ± 32, 50 ± 33 e 420 ± 177 ng m-³ para a estação chuvosa e 359 ± 317, 148 ± 81 e 1339 ± 1029 ng m-³ para a estação seca. A análise do balanço iônico mostrou que a atmosfera nas localidades não apresentou tendência para um caráter ácido nem básico. A direção das massas de ar durante as IOPs variou, sendo a contribuição predominante na IOP1 do oceano Atlântico e na IOP2 de massas de ar advindas tanto do interior do continente quanto do oceano. A contribuição dessas massas de ar na composição da atmosfera é incerta pela baixa velocidade do vento
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- Engenharia Ambiental [178]