Do homicídio : um estudo das representações sociais da violência e da morte no Tatuquara
Visualizar/ Abrir
Data
2003Autor
Horochovski, Marisete Teresinha Hoffmann
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Resumo: Este trabalho objetivou compreender qual o impacto da violência urbana na elaboração das representações sociais da morte violenta, em especial do homicídio, pelos moradores do bairro Tatuquara, na periferia de Curitiba. A pesquisa combinou o estudo de caso e instrumentos metodológicos de coletas de dados, como a observação participante, entrevistas não-diretivas com agentes selecionados e redações de estudantes do ensino médio. A análise verificou que a violência está incorporada no discurso da população que nomeia os jovens como os protagonistas, visto serem as vítimas preferenciais e os autores principais, inclusive quando a violência é fatal. Há uma normalização da violência, reflexo da freqüência e da forma com que ocorre, que interfere diretamente nas representações sociais do assassinato. Estas são construídas a partir do status do morto. Consideram justa e natural a morte por homicídio para os que a "procuram" (por exemplo, envolvidos com drogas) e classificam como injusta e revoltante essa forma de morrer na medida em que tolhe a vida de cidadãos "honestos", vítimas da irresponsabilidade ou violência alheia. As representações sociais do homicídio influenciam e são influenciadas pelas crenças religiosas e as concepções formuladas a respeito da justiça e da injustiça, do crime e da punição, do profano e do sagrado e, obviamente, da vida e da morte. Abstract: This work aimed to understand the impact of urban violence in elaboration of social representations of death, particularly murder, by Tatuquara inhabitants, on the outskirts of Curitiba. The research matched the case study and methodological tools of data gathering like participant observation, non-directive interviews with selected agents, and high school students' compositions. The analysis verified that the violence is incorporated on the population speech, which names young people as the protagonists of this process, since they are the favorite victims and main actors, even when violence is fatal. There is a violence normalization that is a reflex of the frequency and the way that violence occurs, which directly interferes in the social representation of murder. These are built by dead status. They consider the death by murder fair and natural for those who "seek" (for instance, involved with drugs), and they classify as unfair and revolting this way of dying when it stops the life of "honest" citizens, victims of the irresponsible behaviour or violence of someone else. The social representations of murder influence and are influenced by religious beliefs and conceptions about fairness and unfairness, crime and punishment, profane and sacred, and, obviously, life and death.
Collections
- Dissertações [156]