The nexus between violence, institutions, and economic complexity
Resumo
Resumo: Nas pesquisas sobre homicídios, os estudiosos tem se dedicado à identificação das causas socioeconômicas da violência letal. Nesta dissertação, defendo que é necessário trazer o Estado para a análise e examinar como as instituições contribuem diretamente para a violência. Partindo das sugestões da economia e da ciência política sobre a presença de um nexo entre instituições e desenvolvimento, argumenta-se que as diferenças nas características institucionais também podem resultar em variações nos homicídios. Seguindo a tese central de Durkheim em A Divisão do Trabalho (1984 [1893]), argumenta-se também que, onde a especialização econômica é altamente complexa e há uma grande diversidade nas atividades produtivas, a crescente interdependência entre os indivíduos pode mudar os interesses coletivos em direção a uma maior solidariedade e tornar as sociedades menos propensas a aceitar atos que prejudiquem a si mesmas, como os homicídios. A conexão estatística entre violência, instituições e complexidade econômica é explorada usando regressão pooled OLS para 69 países de 2000 a 2019. O Índice de Complexidade Econômica (ECI, da sigla em inglês) é usado para analisar como o avanço na especialização das tarefas sociais e econômicas está relacionado às variações nas taxas de homicídios entre países. Os resultados sugerem que a estrutura produtiva está intimamente relacionada com a variação nos homicídios, tanto para nações desenvolvidas quanto para nações não-desenvolvidas. Entretanto, a relação entre as taxas de homicídios e o ECI depende do estágio de desenvolvimento em que os países se encontram. Para os países não-desenvolvidos, os resultados sugerem que a complexidade das atividades produtivas primeiro aumentaria e depois diminuiria as taxas de homicídios. Por outro lado, os resultados para os países desenvolvidos não mostram evidências de que a parte ascendente da curva que relaciona taxas de homicídios e complexidade econômica esteja operando no sentido de aumentar os homicídios nesses países. Uma maneira de reduzir as taxas de homicídios nas nações não-desenvolvidas está dentro do próprio processo de industrialização. As evidências do presente estudo sugerem que o aumento das taxas de homicídios tenderia a ser atenuado nas etapas posteriores do processo de sofisticação industrial. Entretanto, até que alcancem os estágios mais avançados de especialização das tarefas produtivas, os países não-desenvolvidos devem buscar maneiras de criar um contrapeso para as forças socioeconômicas que pressionam a violência letal para cima. A variável institucional que mede o controle da corrupção mostrou ser outro fator significativo que poderia somar-se aos avanços na complexidade econômica como forma de contribuir para a desescalada dos homicídios nos países mais violentos do mundo. Abstract: Within research on cross-national homicides, scholars focus on identifying the socio-economic causes of lethal violence. Here, I argue that it is necessary to bring the state into the analysis by examining how the institutions directly contribute to violence. Building on the suggestions from economics and political science on the presence of a nexus between institutions and development, it is argued that the differences in institutional characteristics may also result in variations in homicides. Following Durkheim’s central thesis in the Division of Labor (1984 [1893]), it is also hypothesized that where the economic specialization is very complex and there is a great deal of diversity in productive tasks, the growing interdependence between individuals may change collective interests toward greater solidarity and make societies less likely to accept acts that might disrupt themselves, such as homicides. The statistical connection between violence, institutions, and economic complexity is explored using pooled OLS regression for 69 countries from 2000 to 2019. The Economic Complexity Index (ECI) is used to analyze how the advance in the specialization of social and economic tasks is related to variations in rates of homicides across countries. The results suggest that economic structure is closely related to homicide variation in developed and non-developed nations. However, the relationship between homicide rates and ECI depends on the stage of development in which societies find themselves. For non-developed countries, the results suggest that the complexity of productive activities would first raise and then decrease homicide rates. On the other side, the results for developed countries do not show evidence that the ascending part of the curve that relates homicide rates and economic complexity is operating in the sense of increasing homicides in these countries. One way to reduce homicide rates in non-developed nations lies within the process of industrialization itself. The evidence from the present study suggests that the increase in homicides would tend to be attenuated in the later stages of the process of industrial specialization. Nevertheless, until the most advanced stages of economic specialization arrive, non-developed countries must find ways to create a counterweight to the socio-economic forces that press lethal violence upward. The institutional variable of control of corruption showed to be another significant factor that could add to the advances in economic complexity to contribute to the de-escalation of homicides in the world’s most violent countries.
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