A assimetria na política monetária no pós-plano real (1994-2007)
Resumo
Resumo: O Plano Real deflagrou o processo de reestruturação da política econômica por meio de reformas, monetária e fiscal, e pela da adoção de uma âncora cambial, pautada no regime de metas cambias. O regime monetário de metas cambiais consiste na fixação do valor da moeda doméstica em relação a uma moeda estável. No caso brasileiro, a nova moeda foi fixada em termos de dólar. A essência do regime reside no fato de que a taxa de câmbio passa a atuar como suporte ou âncora de preços, subordinando a inflação dos bens transacionáveis domésticos à inflação do país-âncora. Pode-se dizer grosso modo que o plano foi muito bem sucedido, visto drástica redução nos níveis inflacionários posteriormente à sua concepção. Uma vez desgastada a âncora cambial, em meados de 1999, a política monetária passou a se pautar, fundamentalmente, na busca pela estabilidade de preços, tendo como referência o regime de metas para a inflação. O que une, em grande instância, os dois regimes é o uso da taxa básica de juros, naquele regime para controlar o nível de reservas e equilibrar o balanço de pagamentos, e neste regime, para atingir uma meta de inflação pré-determinada. O presente trabalho tem por objetivo geral analisar a evolução da política monetária no pós-Plano Real (1994-2007), trazendo à luz os diferentes acontecimentos políticos e econômicos que, em maior ou menor grau, marcaram a evolução da política monetária macroeconômica. Estuda-se igualmente a assimetria da política monetária, isto é, a resposta da taxa de juros, em magnitude e velocidade, a choques, bem como o retorno da taxa ao vale anterior ao choque. Para fazer jus ao objeto de estudo, lança-se mão do conceito de assimetria de Pearson, definido como o grau de dispersão de uma série em torno de sua distribuição normal, tendo como referência esta hipótese: a lentidão na baixa da taxa de juros revela uma característica comportamental da autoridade monetária ou, simplesmente, deve-se à sobreposição de choques ou à lentidão da economia em responder ao movimento da autoridade monetária, não permitindo a baixa mais rápida da taxa de juros?
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- Ciências Econômicas [2072]