Importância econômica da atividade orizícola, margens de comercialização e participação do produtor no período de 1994 a 2008
Resumo
Resumo: Este estudo teve como objetivo avaliar e analisar as margens de comercialização, da cadeia produtiva do arroz no Brasil, a partir de dados do estado de São Paulo, no período 1994 a 2008. A caracterização da produção brasileira foi feita principalmente com base nos dados do Rio Grande do Sul, considerado o maior produtor. O estado de São Paulo foi escolhido por tratar-se do maior consumidor e por sua grande influência sobre os demais mercados nacionais. O período foi escolhido para possibilitar a análise da evolução das margens e do markup desde a implantação do Plano Real até a atualidade. Houve tendência de queda nos preços do arroz no período, com ciclos de aproximadamente cinco anos. Com base nas médias anuais, o preço pago ao produtor foi o que menos oscilou, sendo que o preço do atacado caiu aproximadamente R$ 0,12 no período. A maior diferença de preço entre o atacado e o produtor foi de R$ 0,37, ocorrida na média do ano de 1998. A margem relativa total foi de 69,85%, na média do período, da qual 20,90% do setor varejista e 48,95% do atacadista, sendo a parcela do produtor de 30,15%. A participação dos produtores na composição dos preços manteve-se constante no período avaliado, enquanto que os varejistas absorveram a parcela dos atacadistas, que reduziu em 31,6%. Foi possível quantificar que, a partir do Plano Real, o setor atacadista acrescentou um markup de 163,23% sobre o preço de aquisição e o setor varejista acrescentou mais 27,47%, de forma que, nesse período, o consumidor paulistano comprou arroz com markup total médio de 233,52%. O produtor foi identificado como o elo mais frágil da cadeia, pois não determina os preços e absorve a variação no custo de produção causada pela variação no custo dos insumos. Dada a importância do arroz para a cesta básica brasileira, e como os setores atacadista e varejista podem obter o produto via importação, as políticas públicas para manutenção e ampliação da produção nacional devem ser focadas na sustentabilidade do produtor.
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- Ciências Econômicas [2072]