Corpos em criação : aprendizagens entre educação, palhaçaria e cartografia
Resumo
Resumo: Esta pesquisa movimenta-se entre palhaçaria, cartografia e educação não formal em ciências, desenvolvendo fluxos em diferentes sentidos e direções. Parte-se da escrita com as marcas no corpo – desassossegos produzidos nos encontros que vamos tecendo uns com os outros (Rolnik, 1993) – para experenciar e pensar o corpo em criação. Marcas no corpo professora, palhaça e cartógrafa que se fazem nos encontros com o grupo de orientação SemNomeAinda, disciplinas do programa de mestrado, centro em movimento (c.e.m), turma da quinta série, Escola do Ator Cômico, Filhas da Fruta, Passeio Público, Kysã, Telúrica – encontro com palhaças… e outros tantos encontros com pessoas e lugares da cidade, tão diversos quanto as aprendizagens que possibilitam e que podemos inventar. Pelos caminhos da filosofia da diferença pensa-se educação (em conversa com Deleuze, Guattari, Gallo, Kasper) alinhando-se com a perspectiva de que a aprendizagem acontece como movimento sensível no corpo em relação com o outro. Corpo como campo de intensidades (associado ao corpo vibrátil, corpo sem órgãos), que extrapola os contornos biológicos e a experiência do sujeito, em constante movimento de fazer-se. Assim, diferencia-se do entendimento organicista de corpo, tradicionalmente enraizado nas ciências biológicas, bem como de concepções que compreendem aprendizagem como recognição, instigando outras educações possíveis e outros modos de se fazer ciência. No decorrer da pesquisa chega-se a elaboração da questão guia: como as marcas no corpo provocadas pelas experiências e vivências da palhaça e cartógrafa, podem contribuir para pensar o corpo e a aprendizagem em educação não formal em ciências? Esta cartografia em três movimentos/capítulos configura-se como campo de fluxos que por meio de diferentes materialidades buscam dar língua, palavras, imagens às intensidades que atravessam os corpos em criação. Com o que ressoa entre o corpo palhaça e cartógrafa, corpos disponíveis para o encontro, arrisca-se composição singular entre o problema de pesquisa e o método cartográfico, considerando a experimentação do corpo no decorrer da escrita deste trabalho. Pesquisa em deriva, arrastada pelas aprendizagens que acontecem nas ressonância dos encontros, é convite para o corpo que se faz em relação com o outro – entre tropeços, quedas, infiltrações, tremores, desterritorializações, sonhos... Aprender também com os desvios, excessos, lacunas… com o que escapa... e talvez continua entre nós. Abstract: This study moves through clowning, cartography, and non-formal science education, developing flows in different senses and directions. The starting point is the writing with the marks on the body – unrest produced in the encounters we weave together (Rolnik, 1993) – to experience and think about the bodies in creation. These marks on the teacher, clown, and cartographer body are made in the encounters with the SemNomeAinda research group, through the Master's program subjects, through centro em movimento (c.e.m), with the fifth grade group, at Escola do Ator Cômico (Comic Actor School), through Filhas da Fruta, at Passeio Público, with Kemely, through Telúrica Female Clowns Festival... and in so many encounters with people and places of the city. They are so diverse as the learnings that all of them make possible and that we can invent. We think of education through the philosophies of difference (in conversation with Deleuze, Guattari, Gallo, Kasper) and adopt a perspective according to which learning happens as a responsive movement in the body in connection with others. The body is like a field of intensities (associated with the vibrating body, organless) that extrapolates the biological contours and the subject's experience in a constant movement of creating itself. The understanding of the body here does not follow the organicist view, which is rooted in the biological sciences. At the same time, we disagree with the idea of learning as recognition. Other possible ways of education and doing science are instigated. In the study's course, the guiding question emerges: how can the marks on the body, caused by the clown and cartographer experiences, contribute to the learning through non-formal science education discussion? This cartography in three movements/ chapters is configured as a field of flows that, through different materialities, seeks to give language, words, images to the intensities that permeate the bodies in creation. Regarding what resonates between the clown body and the cartographer body, bodies that are available for the meeting, we risk a unique composition involving the research problem and the cartographic method. The experimentation of the body during the writing of the present work is taken into consideration. It is a drifting investigation, dragged by the learning that takes place in the resonances of the encounters. It is an invitation to the body, which is insofar as it connects with others – between stumbles, falls, infiltrations, tremors, deterritorializations, dreams... Learning also through deviations, excesses, gaps… through what escapes… and perhaps continues among us.
Collections
- Dissertações [167]