Relação entre intoxicações por uso de agrotóxicos e o uso de EPIs
Resumo
Resumo : O presente trabalho teve por objetivo analisar a percepção da população quanto a relação entre intoxicações e o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O trabalho foi desenvolvido por meio da aplicação de questionário online, no período de 15 dias, momento no qual foram obtidos 472 preenchimentos. O questionário contou com 33 perguntas, dentre elas o perfil do participante, conhecimentos gerais sobre agrotóxicos e a legislação envolvida, bem como perguntas de opinião. O perfil dos participantes da pesquisa foi o seguinte: são de diversos estados e regiões do Brasil, com idades de 18 a 34 anos, a maioria são pós-graduandos; as formações profissionais que predominaram entre os participantes foram Engenharia Florestal, Engenharia Agronômica, Biologia e Técnico em Segurança do Trabalho; a maioria tem envolvimento com os temas relacionados a agrotóxicos. Na opinião dos participantes: o fato do Brasil ser o maior consumidor mundial de agrotóxicos se deve ao modelo de produção adotado no país; as intoxicações crônicas são as mais comuns entre os usuários de agrotóxicos; a principal forma de contato com agrotóxicos que gera intoxicações é a exposição por via inalatória; o processo de pulverização é a etapa que representou maior risco de intoxicação para os usuários de agrotóxicos; as questões culturais e o desconforto provocado pelo uso de EPI, foram as principais causas que levam os usuários de agrotóxicos a não utilizarem EPIs; treinamentos para jovens e crianças, visando a formação de uma cultura sobre a importância dos EPIs é a medida mais eficaz para evitar o uso inadequado de agrotóxicos e as intoxicações; as medidas mais eficientes para melhorar a conscientização dos usuários de agrotóxicos sobre o uso de EPIs, são a obrigatoriedade de apresentação de comprovantes de cursos de reciclagem periódicos, junto com a receita para poder comprar os agrotóxicos, cabendo aos laboratórios produtores de agrotóxicos a responsabilidade por organizar e ministrar esses cursos. Concluindose que a legislação atual não é suficiente para garantir a qualidade de trabalho e de vida dos usuários de defensivos agrícolas, pois ainda existem formas de burlar a legislação, evitando o uso de EPIs.
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- Engenharia Florestal [229]