Crescimento, vulnerabilidade e poupança externa : analise do debate macroeconomico brasileiro
Abstract
Resumo Muito se discute sobre qual seria a melhor forma de diminuir a vulnerabilidade externa da economia brasileira, de como ficar menos suscetível a choques exógenos e como promover um crescimento auto-sustentado. Dentro deste contexto, este trabalho tem por objetivo apresentar e discutir as duas vertentes teóricas presentes no debate econômico sobre este tema. A primeira vertente teórica representada, entre outros, por Franco, Árida, Bacha, Lara-Rezende, advoga a necessidade da poupança externa e da abertura comercial para o crescimento e para a redução da vulnerabilidade externa da economia brasileira. Para que se tenha o salto qualitativo necessário para a promoção do desenvolvimento do país, é indispensável uma abertura comercial suficientemente capaz de promover maior dinamismo tecnológico no país. Um outro ponto defendido é a conversibilidade da conta de capitais como instrumento capaz de proporcionar maior acesso aos mercados internacionais de capitais, gerando, assim, um maior fluxo de poupança externa. A retomada do crescimento estaria condicionada à captação desta poupança, visto o esgotamento de mecanismos de financiamento público e privado dos investimentos produtivos. A segunda vertente representada, entre outros, por Bresser, Nakano, De Paula, Oreiro, Silva, defende que o crescimento sustentado da economia brasileira só será possível através da obtenção de grandes saldos na balança comercial e por intermédio da introdução de controles de capitais. O aumento do grau de endividamento dos países em desenvolvimento é visto como responsável pelas chamadas crises da conta de capitais, cuja solução exige a indução de políticas monetária e fiscal restritivas. Acrescenta-se que a liberalização financeira aumenta a incerteza e a volatilidade que a deriva, acarretando em perversos efeitos no nível de investimento e na disponibilidade de crédito da economia. Assim, no momento em que o governo fica subordinado aos interesses do capital financeiro internacional, ele renuncia o seu principal papel de regulador da atividade econômica.
Collections
- Ciências Econômicas [2033]