Neutropenia e trombocitopenia neonatais em filhos de mães portadoras de pré-eclâmpsia
Visualizar/ Abrir
Data
2021Autor
Drechmer-Romanowski, Mariana, 1986-
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Resumo: Em recém-nascidos filhos de mães portadoras de Pré-Eclâmpsia (PE), observou-se, em vários estudos, maior prevalência de neutropenia e trombocitopenia, mesmo quando comparados a pré-termos de outras etiologias. É controversa a correlação da neutropenia nesses recém-nascidos com a prevalência de sepse ou de culturas positivas para infecção, sendo frequentes alterações hematológicas nos seus primeiros dias de vida. A trombocitopenia costuma ter resolução espontânea em cerca de dez dias, mas há casos persistentes descritos. O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência de neutropenia e trombocitopenia em pré-termos filhos de mães portadoras de PE e comparar esses valores com os de pré-termos nascidos por outras causas, que não tenham risco aumentado para infecção, como também correlacionar a contagem de neutrófilos com a incidência de infecção, com o grau de PE apresentado pela mãe e com o desfecho perinatal global. Foram avaliados prospectivamente 109 recém-nascidos pré-termos admitidos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, divididos em Grupo Pré-Eclâmpsia (GPE), com 41 pacientes, e Grupo Outras Causas (GOC), com 68 pacientes. As mães desses pacientes foram avaliadas retrospectivamente com dados de prontuário. Observaram-se nos resultados menor idade gestacional (p = 0,01) e menor peso ao nascer (p < 0,001) no GPE. Também, os fetos de mães com PE apresentaram piores escores na avaliação de vitalidade fetal (p < 0,001). A contagem de neutrófilos foi significativamente inferior no GPE na primeira avaliação (p < 0,001), mas semelhante entre os grupos na segunda avaliação (p = 0,12). A contagem de plaquetas foi significativamente inferior no GPE nos dois momentos de avaliação (p < 0,001 e p = 0,03). Não se observou diferença significativa nas complicações da prematuridade entre os recém-nascidos, inclusive na prevalência de hemorragia intracraniana (p = 0,76) e sepse precoce e tardia (p > 0,05). O número de óbitos foi significativamente maior entre os recém-nascidos do GPE (12,2% v. 1,5%, p = 0,02), bem como o tempo de permanência em UTI dos sobreviventes. O estudo concluiu que a presença de neutropenia não se correlacionou com maior taxa de infecção neonatal e que a PE não se correlacionou com maior prevalência de hemorragia intracraniana nesses recém-nascidos. A presença de PE correlacionou-se com maior mortalidade e maior tempo de permanência em UTI, quando comparada à presença de outros fatores causadores de prematuridade. Abstract: It has been seen, in preterms from mothers with preeclampsia (PE), higher prevalence of neutropenia and thrombocytopenia when compared to other etiology preterms. Correlation between neutropenia in preterms and sepsis or positive cultures for infection is controversial. Hematological changes are frequent in the first days of life of newborns. Thrombocytopenia is usually solved in up to ten days, but there are persistent cases described. The aim of this study was to identify the prevalence of neutropenia and thrombocytopenia in preterms from mothers with PE, and compare these values to preterms from other causes, excluding the ones with high risk for infection. Also, the study aimed to correlate neutrophil count with infection prevalence, with PE degree and with global perinatal outcome. We prospectively evaluated 109 preterm newborns admitted to the neonatal intensive care unit (ICU) from Complexo Hospital de Clínicas of Federal University of Paraná, divided into a Pre-Eclampsia Group (GPE), with 41 patients, and an Other Causes Group (GOC), with 68 patients. The mothers of these patients were retrospectively evaluated with data from medical records. The results showed lower gestational age (p = 0,01) and lower birth weight (p < 0,001) in the GPE. Also, the fetuses of mothers with PE had worse scores in the assessment of fetal vitality (p < 0.001). Neutrophil count was significantly lower at PE group (GPE) in first evaluation (p < 0.001), but it was similar between groups at second rating (p = 0.12). Platelet count was significantly lower at GPE in both evaluations (p < 0.001 e p = 0.03). However, complications of prematurity among newborns weren't more prevalent, even intracerebral haemorrhage (p = 0.76) and early and late sepsis incidence (p > 0.05). The number of deaths was higher among GPE preterms (12,2% v. 1.5%, p = 0.02), as well as the length of stay in the ICU of the survivors. The study concluded that neutropenia wasn't correlated to higher infection rates and preeclampsia was also not correlated to higher rates of intracerebral haemorrhage in these newborns. The presence of PE resulted in higher mortality and longer ICU stay, when compared to other premature causers.
Collections
- Teses [77]