Estado da arte de Tapejaridae Kellner, 1989 (Pterosauria: Pterodactyloidea)
Abstract
Resumo : A ordem Pterosauria Kaup, 1834 constitui um grupo já extinto de arcossauros voadores, representados pelos pterossauros, conhecidos como répteis alados, que surgiram no Triássico (~237 milhões de anos) e viveram até o final do Cretáceo (~66 milhões de anos). Existe atualmente cerca de 240 espécies descritas de pterossauros, entretanto, as informações estão dispersas na literatura, representada apenas pelas descrições originais dos táxons. O presente trabalho teve como objetivo apresentar o estado da arte dos pterossauros Tapejaridae (clado Azhdarchoidea), através de uma revisão sobre o conhecimento atual da diversidade, sistemática, filogenia, taxonomia, tafonomia, paleoecologia e paleodistribuição das espécies desta família. A hipótese mais aceita é que Tapejaridae representa um grupo monofilético, contudo, estudos recentes têm questionado essa hipótese. Suas linhagens são datadas do Cretáceo (145–66 Milhões de Anos) e de distribuição global, com espécies registradas nos atuais continentes da África, Antártica, América do Sul, Ásia e Europa. A família se distingue dos demais Azhdarchoidea, entre outros caracteres, pela ausência de dentes e presença de cristas craniais exuberantes. Tapejaridae é composta por duas subfamílias, Tapejarinae (11 gêneros e 16 espécies) e Thalassodrominae (dois gêneros e três espécies), contudo, sem definição filogenética. Estudos indicam que esses pterossauros Tapejaridae possuem uma origem Gondwana, e seus fósseis estão registrados em diferentes formações: Formação Santana (Brasil); Formação Goio Erê (Brasil); Formação Jiufotang e Yixian (China); Formação La Huérguina (Espanha); e Grupo Kem Kem (África), que datam entre Barremiano e Turoniano (129,4–89,8 milhões de anos). Os aspectos paleoecológicos e tafonômicos dessas Formações indicam que os Tapejaridae viviam parte de suas vidas em ambientes pantanosos, aluviais ou próximos a lagos, possuindo uma alimentação frugívora. Com base na compilação de dados realizados, nota-se que mais estudos a respeito da filogenia desta família devem ser conduzidos, buscando elucidar as relações evolutivas internas da família. Além disso, trabalhos abordando tafonomia e paleoecologia deste grupo se encontram escassos na literatura, demonstrando a necessidade do trabalho contínuo de campo.
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