Mostrar registro simples

dc.contributor.authorGarcez, João Pedro, 1993-pt_BR
dc.contributor.otherKaminski, Rosane, 1967-pt_BR
dc.contributor.otherUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Históriapt_BR
dc.date.accessioned2021-08-04T21:29:56Z
dc.date.available2021-08-04T21:29:56Z
dc.date.issued2021pt_BR
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/1884/71564
dc.descriptionOrientadora: Prof. Dra. Rosane Kaminskipt_BR
dc.descriptionDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História. Defesa : Curitiba, 31/03/2021pt_BR
dc.descriptionInclui referências: p. 133-141pt_BR
dc.description.abstractResumo: Nas décadas de 1970 e 1980, os projetos desenvolvimentistas do governo militar brasileiro submeteram os Yanomami a intensos contatos com a fronteira econômica regional em expansão: estradas, projetos de colonização, fazendas, serrarias, canteiros de obras e garimpos. Tais contatos, entre outras coisas, provocaram crises epidemiológicas, degradação sanitária generalizada e fenômenos de desestruturação social entre os Yanomami, causando, inclusive, grandes taxas de mortalidade. Diante da situação, várias campanhas de mobilização pelos direitos dos indígenas e do meio ambiente procuraram denunciar essas violências, criando uma comoção nacional e internacional com as causas, e propor freios políticos e jurídicos nesse processo - nos quais destacam-se a promulgação da Constituição Federal de 1988 e a demarcação da Terra Indígena Yanomami em 1992. O presente estudo procura analisar comparativamente duas memórias que foram construídas, posteriormente, sobre esse caso: as da artista e ativista Claudia Andujar, fotógrafa que tem sua vida marcada pela aliança com os Yanomami, e do militar Carlos Alberto Menna Barreto, que ocupou altos cargos de gestão pública na região durante aqueles anos. O objetivo era refletir sobre o caráter conflitante entre essas memórias, ou seja, sobre as condições de possibilidade de construção de sentidos tão distintos sobre uma "mesma" situação - enquanto Andujar elaborava um trabalho artístico de denúncia da violência contra os Yanomami através de um rico diálogo com sua cosmologia, Menna Barreto construía um testemunho conspiratório sobre a ameaça à soberania nacional que representavam os movimentos indígena e ambientalista. Assim, perguntamos: como seria possível investigar um conflito de memórias sem perder de vista seus fundamentos políticos e ontológicos? Para isso, esse texto se divide em quatro partes. Primeiramente (Introdução), mobiliza discussões recentes na teoria da Antropologia e da História para a construção do problema de pesquisa. Recorre, assim, aos campos de estudo que consolidaram a virada ontológica da Antropologia como método para análise da variação entre ontologias, e o conceito de políticas do tempo como instrumento para apreender as disputas em torno do tempo. Realiza, ainda, um breve diagnóstico político do presente, colocando no centro da análise o problema das mudanças climáticas, e chamando atenção para o negacionismo e as figurações de futuro que daí advém. Nas partes seguintes (Capítulos 2 e 3), faz uma aproximação mais descritiva às fontes (refletindo sobre sua estrutura, seu contexto de produção, os autores, suas intenções, etc.), propõe uma análise ontológica dessas fontes, e, também, sobre as noções de tempo que as orientam, enfatizando, para isso, a dimensão política dessas formulações. Por fim (Considerações Finais), procura sintetizar os argumentos principais do trabalho, afirmando alguns componentes estruturais da diferença entre Menna Barreto e Andujar, e trazer à tona a sobrevivência e atualidade desse conflito no presente brasileiro. Dessa forma, o estudo sugere que o Antropoceno é um dos fundamentos que instauram uma multitemporalidade do presente, ou seja, uma contingência no interior da qual as diferentes perspectivas sobre as mudanças climáticas mobilizam e performatizam tempos próprios, implicando, assim, um conflito entre políticas do tempo - cada qual apontando um mundo por vir.pt_BR
dc.description.abstractAbstract: In the 1970s and 1980s, the developmentalist projects of the Brazilian military government subjected the Yanomami to intense contacts with the expanding regional economic frontier: roads, colonization projects, farms, sawmills, construction sites and garimpos. Such contacts, among other things, have caused epidemiological crises, widespread health degradation and phenomena of social disruption among the Yanomami, causing even high mortality rates. In view of the situation, several mobilization campaigns for the rights of indigenous people and the environment sought to denounce these violence, creating national and international commotion with the causes, and to propose political and legal brakes in this process - in which the promulgation of the 1988 Federal Constitution and the demarcation of the Yanomami Indigenous Land in 1992 stand out. The present study seeks to comparatively analyze two memories that were later built on this case: those of the artist and activist Claudia Andujar, a photographer whose life is marked by the alliance with the Yanomami, and the military Carlos Alberto Menna Barreto, who held high positions of public management in the region during those years. The objective was to reflect on the conflicting character between these memories, that is, on the conditions for the possibility of building such different meanings about a "same" situation - while Andujar elaborated an artistic work to denounce the violence against the Yanomami through a rich dialogue with his cosmology, Menna Barreto built a conspiratorial testimony about the threat to national sovereignty that the indigenous and environmentalist movements represented. So, we ask: how would it be possible to investigate a conflict of memories without losing sight of its political and ontological foundations? For this, this text is divided into four parts. First (Introduction), it mobilizes recent discussions on the theory of Anthropology and History to construct the research problem. Thus, it uses the fields of study that consolidated the ontological turn of Anthropology as a method for analyzing the variation between ontologies, and the concept of politics of time as an instrument to apprehend disputes over time. It also carries out a brief political diagnosis of the present, placing the problem of climate change at the center of the analysis, and drawing attention to the denialism and the figurations of the future that arise from it. In the following parts (Chapters 2 and 3), he makes a more descriptive approach to the sources (reflecting on their structure, their context of production, the authors, their intentions, etc.), proposes an ontological analysis of these sources, and, also, on the notions of time that guide them, emphasizing, for this, the political dimension of these formulations. Finally (Final Remarks), it seeks to synthesize the main arguments of the work, affirming some structural components of the difference between Menna Barreto and Andujar, and to bring to light the survival and actuality of this conflict in the Brazilian present. Thus, the study suggests that the Anthropocene is one of the foundations that establish a multitemporality of the present, that is, a contingency within which different perspectives on climate change mobilize and perform their own time, thus implying a conflict between politics of time - each pointing to a world to come.pt_BR
dc.format.extent1 arquivo ([168] p.) : il. (algumas color.).pt_BR
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.languagePortuguêspt_BR
dc.subjectMemoriapt_BR
dc.subjectAntropologiapt_BR
dc.subjectHistóriapt_BR
dc.subjectÍndios Yanomamipt_BR
dc.subjectAndujar, Claudiapt_BR
dc.titleTempos em conflito : o caso Yanomami nas memórias de Claudia Andujar e Carlos A. Menna Barretopt_BR
dc.typeDissertação Digitalpt_BR


Arquivos deste item

Thumbnail

Este item aparece na(s) seguinte(s) coleção(s)

Mostrar registro simples