A naturalização do conservadorismo e sua expressão na violência contra a mulher no Paraná
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Data
2019Autor
Ribeiro, Dainy Rita Lourenço, 1994-
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Mostrar registro completoResumo
O vento batia na janela das casas silenciosas e vazias dos trabalhadores e trabalhadoras, estes espalhados pelos quatro cantos, centros e em sua maioria marginalizados. Adentrava. E ali ia fazendo morada, sorrateiro, debaixo do tapete, ou em meio às frestas entre as tábuas e as construções a terminar. Este vinha de longas datas, trazia consigo resquícios das invasões de territórios e corpos, das relações de exploração e dominação. Dava pra sentir de longe o mau cheiro de preconceitos, do poder abusivo e da desigualdade. Alastrava. E assim, pouco a pouco ia ganhando corações e mentes. Sabe, esse vento não invadia somente as casas, ele estava nos espaços públicos. Institucionalizava. Criando raízes, usava da força física, da repressão, do medo, da submissão, do trabalho escravo, adquirindo bens financeiros e soerguendo sua ideologia, assim, como um vento certeiro, porém escondido atrás da subjetividade. Violentava. Mas nas contradições de tudo, encontrava-se nele o sopro da vida árdua, e também da esperança da luta cotidiana, ele por vezes não passava despercebido, e há quem o olhava com cautela. Questionava. E compreendia, que por mais natural que esse vento parecia, ele não o era, pois antes de chegar onde estava, ele sofria todo tipo de transferência a partir das relações que o moldavam. Então assim, se fazia preciso, necessário, por isso estudava e militava.
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- Educação do campo [600]