Os programas de saúde do trabalhador : pedagogia da saúde ou pedagogia do capital?
Resumo
Resumo: O presente trabalho teve como objeto de pesquisa o ser humano no processo de educação para a saúde do trabalhador, desenvolvido através de programas realizados nas relações sociais e produtivas. Investiga o processo saúde-doença em sua dimensão social no exercício do trabalho, no interior de uma empresa, dentro daquilo que hoje se denomina reestruturação produtiva. O desenvolvimento deste estudo se deu em articulação com outro projeto denominado "Educação e Saúde de Trabalhadores em Setores Informatizados para a Qualidade", integrante da pesquisa em educação e trabalho realizada pelo Núcleo de Estudos sobre Reestruturação Produtiva e Educação do Trabalhador, do Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná. Para a realização deste estudo adotou-se a metodologia da pesquisa qualitativa, realizada por meio de um estudo de caso. Foi norteado pela teoria do materialismo histórico e dialético. O estudo identificou as dimensões pedagógicas nos programas de saúde e segurança do trabalho de uma determinada empresa, tomando como referência a implantação do Programa de Qualidade voltado para a obtenção da certificação da International Organization for Standardization - ISO 14.000 e da norma British Standard - BS 8.800. As transformações do trabalho com a flexibilização, a intensificação e a desqualificação para as tarefas, bem como, as exigências de qualidade e a introdução de novas tecnologias e somando com o desemprego estrutural intensificou o desgaste físico e especialmente o mental. A investigação pôde demonstrar que a dominação do capital se exerce na exploração do trabalhador por meio da pedagogia do disciplinamento e do controle deste mesmo trabalhador ao nível de sua própria consciência. Ao mesmo tempo, o estudo mostra como o trabalho é possibilidade de realização do ser omnilateral, isto é, do ser humano integral.
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