Mostrar registro simples

dc.contributor.authorPeixoto, Ana Paula Mello, 1967-pt_BR
dc.contributor.otherBueno, Raquel Illescas, 1964-pt_BR
dc.contributor.otherUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letraspt_BR
dc.date.accessioned2020-03-11T21:48:19Z
dc.date.available2020-03-11T21:48:19Z
dc.date.issued2018pt_BR
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/1884/66180
dc.descriptionOrientadora: Prof.a Dr.a Raquel Illescas Buenopt_BR
dc.descriptionTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa : Curitiba, 29/10/2018pt_BR
dc.descriptionInclui referências: p. 238-248pt_BR
dc.descriptionÁrea de concentração: Estudos Literáriospt_BR
dc.description.abstractResumo: Mais conhecido como poeta, Glauco Mattoso é artista múltiplo, tendo incursionado também pela prosa de ficção. É por este viés, com destaque para o romance A planta da donzela (2005), que, nesta tese, realiza-se uma apresentação do escritor, caracterizado por um trabalho autoficcional, em que adota a persona de "posmodólatra", masoquista e "pós-maldito". Tais aspectos permitem propor uma leitura de sua obra a partir da teoria queer, de pensadores como Judith Butler, e do conceito de contrassexualidade, de Paul B. Preciado. Aqui também é apresentada a estética - ou antiestética - muito particular que o escritor paulistano propõe ao longo de sua produção literária: a coprofágica, - espécie de atualização do projeto antropofágico oswaldiano. A partir desses elementos, e também considerando a proposta "desiluminista" de Glauco Mattoso, estabelece-se uma investigação de A planta da donzela enquanto pastiche e paródia de A pata da gazela (1870), de José de Alencar. Além dessa intertextualidade explícita, Glauco compõe em seu romance todo um mosaico de gêneros textuais, estilos e vozes, nas quais se incluem as de escritores como Gilberto Freyre, Aluísio Azevedo, Álvares de Azevedo, Adolfo Caminha, Machado de Assis, entre tantos outros fundadores do imaginário nacional. Essa composição se dá especialmente a partir da perspectiva erótica, - de natureza fetichista e sadomasoquista. Mais do que uma releitura do caráter narrativo da obra alencariana, A planta da donzela efetua também uma revisão do contexto históricoliterário brasileiro da segunda metade do século XIX. Paralelamente à corte carioca descrita por Alencar, Glauco apresenta a capital fluminense em outros aspectos silenciados na obra originária, o que nos conduz a uma investigação e reinterpretação da História do Rio de Janeiro imperial - com ênfase em seu processo de modernização -, a fim de compreender como se consolidaram e se institucionalizaram em nossa cultura valores patriarcais, burgueses e racistas. Por trás desses valores, Glauco Mattoso faz a denúncia de todo um contexto de violência, perversões e exclusão. Em seguida, examina-se o gênero literário ao qual pertence A pata da gazela, constatando-se que esta obra ultrapassa as fronteiras do românticosentimental- folhetinesco e aproxima-se do romance libertino setecentista, à moda de um Restif de la Bretonne e de um Choderlos de Laclos. Por fim, elabora-se uma análise de A planta da donzela em seu aspecto híbrido e paródico, com ênfase no submundo sadomasoquista ali manifesto - e já latente na obra alencariana -, aproximando-a de autores do calibre de um Marquês de Sade e de um Sacher- Masoch. Constata-se que o romance de Glauco Mattoso não apenas desvenda o imaginário erótico-cultural brasileiro, como também, por meio de seu tom satírico e irreverente, desestabiliza o discurso literário oficial, do qual José de Alencar é um dos principais representantes. Além disso, promove uma reflexão crítica sobre o processo de construção/fundação da História, da Literatura e da identidade brasileiras (e seus mitos), cuja consolidação se dá especialmente entre a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Palavras-chave: Glauco Mattoso. José de Alencar. Sadomasoquismo. Romance Libertino. Imaginário erótico brasileiro.pt_BR
dc.description.abstractAbstract: Better known as a poet, Glauco Mattoso is a multifaceted artist who has explored the field of prose fiction as well. It is through the lens of prose fiction, especially his novel A Planta da Donzela (2005), that this thesis presents the author, who is characterized by his autobiographical fiction. In it he adopts the persona of a "podo-odor-philist", masochist and "post" accursed poet. Such features allow his work to be read from a queer theory perspective and the concept of counter-sexuality, as proposed by scholars like Judith Butler and Paul B. Preciado, respectively. Throughout this literary production, the author, a São Paulo native, advances a distinct type of aesthetic - or anti-aesthetic: the coprophagic, - a type of update of the Oswaldian anthropophagic project. From these elements, and in consideration of Glauco Mattoso's "desenlightenment" proposal, an investigation of A Planta da Donzela - as a pastiche and parody of José de Alencar's A Pata da Gazela (1870) - is established. Beyond this explicit intertextuality, Glauco builds in his novel a complex mosaic of textual genres, styles and voices, which includes writers such as Gilberto Freyre, Aluísio Azevedo, Álvares de Azevedo, Adolfo Caminha, Machado de Assis, among many other founders of Brazilian national imaginary. This composition comes to existence especially from an erotic perspective, - of a fetishist and sadomasochistic nature. More than a simple re-reading of the narrative aspects of Alencar's novel, A Planta da Donzela reviews the Brazilian historical-literary context of the second half of the nineteenth century. Parallel to Alencar's description of Rio de Janeiro's royal court, Glauco presents aspects of Rio de Janeiro's capital that were silenced in Alencar's original work, which leads us to an examination and re-interpretation of Rio de Janeiro's imperial history - giving emphasis to its modernization process. By doing so, it can be better understood how patriarchal, bourgeois and racist values have been consolidated and institutionalized in our culture. Behind these values, Glauco Mattoso denounces an entire context of violence, perversion and exclusion. Next, this thesis examines in which literary genre A Pata da Gazela fits, coming to the conclusion that this work goes beyond the boundaries of the romantic-sentimental-serialized novel, coming closer to 18th century libertine novels, in the style of a Restif de la Bretonne and a Choderlos de Laclos. Finally, an analysis of the hybrid and parodic nature of A Planta da Donzela is elaborated with an emphasis on the sadomasochistic underworld manifested there - and already latent in the Alencarian work -, bringing it closer to important authors such as Marquis de Sade and Sacher-Masoch. It is clear that Glauco Mattoso's novel not only uncovers the Brazilian erotic-cultural imaginary, but also, through its satirical and irreverent tone, destabilizes the official literary discourse, of which José de Alencar is one of the main representatives. In addition, it promotes a critical reflection on the process of construction/foundation of Brazilian History, Literature and Identity (and its myths), whose consolidation takes place between the second half of the nineteenth century and the first decades of the twentieth century. Keywords: Glauco Mattoso. José de Alencar. Sadomasochism. Libertine Novel. Brazilian erotic imaginary.pt_BR
dc.format.extent248 p.pt_BR
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.languagePortuguêspt_BR
dc.subjectMattoso, Glauco, 1951-pt_BR
dc.subjectAlencar, José de, 1829-1877 - Crítica e interpretaçãopt_BR
dc.subjectLiteratura erótica brasileirapt_BR
dc.subjectLetraspt_BR
dc.titleSobre donzelas e gazelas : a novela alencariana sob o prisma de Glauco Mattosopt_BR
dc.typeTese Digitalpt_BR


Arquivos deste item

Thumbnail

Este item aparece na(s) seguinte(s) coleção(s)

Mostrar registro simples