[As consequências da ditadura para os que vivenciaram o momento]

Abstract

Marés foi convidado para depor sobre a sua visão do que acontecia no momento que se vivia a ditadura e suas consequências. Faz um pequeno histórico sobre o início da revolução o grande massacre no campo e que se procurarmos notícias em jornais não encontraremos sequer uma linha. E por isso os militares tiveram muito mais liberdade para agir, que a tortura e repressão no contra os camponeses foi muito grande. As notícias aparecem quando chega nas cidades. Fala das atividades e consequências que sua geração sofreu com golpe. Relatando por exemplo o caso de um amigo foi proibido de estudar em qualquer universidade pública do País e, então resolveu se exilar no Chile, quando do golpe do Pinochet foi pedir auxílio na embaixada, foi surpreendido pelo Secretário da embaixada que disse a ele: você tem três minutos para sair da embaixada senão eu te prendo. Ele não tinha os direitos políticos cassados, mas mesmo assim não podia voltar ao País. Mas na sua opinião a geração anterior a dele sofreu muito mais porque com a volta do exilio já tinha se passado 15 anos e já estavam mais velhos e não conseguiam mais trabalho além de terem a sua ficha manchada, muitas pessoas não conseguiram mais emprego. Quando a ele volta, foi trabalhar como advogado e em seguida fez o concurso para procurador do estado. Fala também da política indigianista da época que era baseada na terra, pelo seu valor econômico. Muitos povos foram transferidos de suas áreas presos e dizimados um exemplo são Pataxos e suas terras são tituladas aos cacaueiros. A palavra mais importante da política indigianista da ditadura era a emancipação – criaram critérios de indigianidade. A política indigianista saiu dos militares, política esta com viés econômico um exemplo é a criação do Parque Nacional do Xiungu – os índios seriam colocados lá e assim sobraria muita terra.