Diagnóstico situacional da adesão às boas práticas higiênicas em supermercados de um município da região metropolitana de Curitiba-PR
Resumo
Resumo : Supermercados são considerados os principais equipamentos de aquisição de alimentos
pela população. A baixa adesão às Boas Práticas higiênicas em tais estabelecimentos
pode comprometer a oferta de alimentos seguros, resultando em fatores de risco à saúde
do consumidor e contribuindo para a ocorrência de surtos de Doenças Transmitidas por
Alimentos. Objetivando-se identificar a adequação às Boas Práticas em supermercados
de um município da Região Metropolitana de Curitiba, realizou-se um estudo
exploratório-descritivo em 19 supermercados com metragem de área de vendas entre
300 e 5000m². Como instrumento de avaliação foi elaborada uma lista de verificação
abordando 20 áreas do setor supermercadista em 376 itens. Os dados foram tabulados e
analisados no Microsoft Office Excel 2013. Os estabelecimentos foram classificados
segundo apresentação de conformidades, baseando-se na RDC 275/02 da ANVISA,
dado que: apenas 10,53% (n=2) alcançaram classificação 1, com 76 a 100% de
conformidade; 15,79% (n=3) atingiram classificação 2, entre 51 a 75% de
conformidade; e 73,68% (n=14) apresentaram classificação 3, com percentual de
conformidade com a legislação sanitária inferior a 50%. Constatou-se alto índice de
irregularidades em áreas que não são visíveis ao consumidor, como nas câmaras frias de
produtos cárneos refrigerados, as quais apresentaram produtos em contato direto com o
piso e inadequado estado de higiene em 47,37% (n=9) e 57,89% (n=11) dos
estabelecimentos, respectivamente. Observou-se a presença de contaminação cruzada
em 57,89% (n=11) dos balcões refrigerados dos açougues; 52,63% (n=10) das câmaras
frias de produtos cárneos refrigerados; e 31,58% (n=6) das câmaras frias de produtos
v
cárneos congelados. Ademais, notou-se a utilização/comercialização de alimentos
vencidos em 36,84% (n=7) das padarias. Quanto à higiene pessoal dos manipuladores
de alimentos, verificou-se que 84,21% (n=16) dos sanitários destinados aos funcionários
não apresentavam pia com sabonete líquido e papel toalha para a adequada higienização
das mãos. A presença ou vestígios de vetores e pragas urbanas foi constatada em
63,16% (n=12) dos casos. Dessa forma, o panorama sanitário identificado demonstrou
ausência de conformidade em áreas críticas para segurança alimentar, caracterizando
risco à saúde do consumidor. Com os resultados, evidenciaram-se pontos importantes
para subsidiar ações educativas da vigilância sanitária com manipuladores de alimentos,
gerentes e proprietários de tais estabelecimentos.