Algaroba : potencial sustentável para a micro região do Cariri Ocidental no estado da Paraíba
Abstract
Resumo : A continua elevação da temperatura do planeta ocasionada pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) têm sido alvo de preocupação da população, cientistas e governos do mundo todo. Nos últimos anos, muitos
estudos têm apontado a relação das mudanças climáticas com as alterações desses gases na atmosfera. Para contribuir com a redução do impacto do acúmulo dos GEEs na atmosfera, torna-se necessária a substituição dos combustíveis fósseis por combustíveis renováveis derivados de biomassas nativas ou residuais. A algaroba (Prosopis juliflora Sw DC) é uma leguminosa arbórea tropical de grande importância para região do semi-árido nordestino, principalmente devido a sua fácil adaptação às condições edafoclimáticas locais, pela grande quantidade de carboidratos presentes em sua composição, e pelos seus múltiplos usos como alimentação e sombreamento para os animais. Sabe-se atualmente que essa matéria-prima pode ser explorada do ponto de vista biotecnológico para obtenção de novos produtos. Em virtude desses aspectos objetivou-se com esse trabalho o estudo do aproveitamento das vagens de algaroba coletadas na região do Cariri Ocidental no Estado da Paraíba para a produção do etanol. Para sua obtenção foi aplicado o processo de fermentação alcoólica, utilizando como agente fermentativo a levedura Sacharomyces cerevisiae. As vagens maduras utilizadas no processo foram coletadas nos municípios de Pocinhos e Sumé. O caldo foi extraído em de prensa manual e logo em seguida foram medidas a temperatura, o teor de sólidos solúveis (ºBrix) e os açúcares redutores totais (ART). A fermentação alcoólica foi realizada por 14 h empregando o fermento granulado seco. O caldo de algaroba cuja densidade foi de 1,0661 gml-1 , iniciou a fermentação com 21,45 °Brix, sendo a mesma considerada finalizada ao se atingir 4°Brix. O teor de etanol do fermentado foi de 9°GL. A fermentação resultou nos seguintes valores: produtividade de 5,1 gL-1h -1 , rendimento do produto de 64%, ART de 148,9 antes e de 37,58 g L -1 depois da fermentação, porcentagem de conversão de 93,65% e produção de 0,2L de etanol por kg de vagem. Na etapa seguinte, o caldo fermentado foi destilado no alambique com o objetivo de recuperar o etanol, separando do substrato fermentado uma solução hidroalcoólica ainda impura. Um produto sem impurezas e com maior teor alcoólico, visando atender à legislação vigente, foi obtido mediante o uso de um microdestilador. No processo de destilação obteve-se o etanol com 92°GL atendendo a todas as suas especificações visuais, químicas e físicas. Dessa maneira, constata-se que o etanol a partir das vargens de algaroba valorizariam o cultivo dessa biomassa, podendo ser utilizado pelos agricultores em minidestilarias para aumento da renda familiar.