A invisibilidade do sujeito infrator à luz da escola
Resumo
Resumo : Este artigo objetiva compreender a relação entre o ato infracional e a baixa escolaridade de adolescentes infratores, de ambos os sexos, na faixa etária de 12 a 18 anos, excepcionalmente até 21 anos, que são assistidos por uma equipe técnica de um CREAS, formada por pedagogo, assistente social, psicóloga e um educador social. Intenciona também, refletir sobre a relação existente entre o fracasso escolar e a prática de atos infracionais, discutindo o papel da escola diante do aumento da criminalidade entre adolescentes, elucidando sobre as atuais políticas públicas do governo que visam a diminuição do fracasso escolar, na tentativa de diminuir a criminalidade juvenil. Assim, a partir de uma pesquisa-ação que envolveu a observação participante e a pesquisa documental, que abarcou a análise das entrevistas que ocorrem durante os atendimentos com os adolescentes que cumprem medida socioeducativa, foi possível perceber os desafios e contradições que envolvem a inclusão escolar dos adolescentes, focalizando especialmente aqueles que estão em situação de conflito com a lei, cuja trajetória escolar tem sido a de abandono, evasão ou desinteresse pela escola. Expõe também, algumas tentativas de resposta institucional às dificuldades do processo de escolarização destes adolescentes, em diferentes momentos do cumprimento da medida socioeducativa. Nessa perspectiva, ao buscar compreender a sociedade contemporânea, como também o papel da escola como garantia de direitos, encontram-se possíveis respostas em relação aos fatores que levam estes adolescentes à evasão escolar, que muitas vezes é decorrente da pobreza e das desigualdades sociais e educacionais. Assim, foi possível visualizar que adolescentes infratores podem estar invisíveis como potencial de sujeitos capazes de construir saberes escolares que possibilitem a inserção social e a diminuição das desigualdades sociais.