Concepção de desigualdades sociais no currículo oficial para rede pública municipal de ensino de Cascavel - ensino fundamental anos iniciais
Resumo
Resumo : O questionamento deste projeto de pesquisa, reside na preocupação como a concepção das desigualdades sociais são tratados, como está incorporada no currículo escolar. O interesse é compreender as possíveis articulações entre desigualdades sociais e currículo, o que norteia o currículo, problematizar teoricamente questões sobre o Currículo. Nosso objetivo foi identificar se no espaço escolar e na construção do currículo são contemplados um posicionamento crítico que permita visualizar saídas para a resolução dos problemas trazidos à escola pelos sujeitos que a compõem, notadamente os estudantes pobres. A metodologia de pesquisa utilizada foi a de tipologia qualitativa, realizou-se pesquisa bibliográfica, análise do referencial teórico e documental das diretrizes curriculares do Município de Cascavel do Ensino Fundamental Anos Iniciais. A fundamentação teórica foi baseada na visão dos autores José Gimeno Sacristán, Miguel Gonzáles Arroyo. Para o desenvolvimento deste estudo realizou-se também, a análise do Currículo Para Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel - Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Volume II, documento que foi elaborado em conjunto com as Escolas do Município de Cascavel e seus professores, implantado no ano de 2008, considerado o mesmo, em processo de constante elaboração, trata-se de uma proposta fundamentada na Pedagogia Histórico-Crítica e na Psicologia Histórico Cultural que compreende a necessidade de transmissão planejada dos conhecimentos historicamente sistematizados. Na análise do Currículo Para Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel, concentraremos os estudos no eixo I Fundamentos Teóricos, tendo como objetivo identificar se a pobreza e as desigualdades sociais estão presentes ou ausentes, quando o currículo se propõe a discutir os pressupostos filosóficos, aspectos históricos, legais e a concepção de avaliação. A pesquisa conclui que a pobreza e as desigualdades sociais, estão contempladas no currículo formal da rede de ensino estudada, o documento apresenta reflexões que podem contribuir para o desvelamento da pobreza de forma que as crianças e jovens possam reconhecer-se e pensar suas condições de existência a partir do conhecimento das razões históricas e sociais da pobreza. Destacamos assim que as reflexões sobre currículo devem estar voltadas principalmente para os valores, os saberes e as identidades construídas a partir das vivências da pobreza e da pobreza extrema. É importante destacar que esta análise, restringiu-se aos documentos formais que estabelecem no plano municipal, seria importante na continuidade desde trabalho identificar como tais práticas se materializam nas práticas curriculares reais e ocultas dos espaços escolares.