Avaliação do efeito da fração solúvel do petróleo em água (FSA) e do tributilestanho (TBT) sobre o mecanismo de resistencia a multixenobióticos (MXR) no mexilhão Perna perna
Date
2004Author
Jakobi, Sibelle Christine Glaser
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PetróleoMexilhao
xmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-type
Monografia Graduação DigitalAbstract
Resumo : Os ecossistemas aquáticos têm sido utilizados ao longo da história da humanidade como a forma mais apropriada para o descarte de resíduos provenientes da atividade antrópica. Entretanto, estes têm uma capacidade limitada de receber tais resíduos .Exemplos deste resíduos são o TBT e o FSA, contaminantes comuns em regiões portuária onde o mexilhão Perna perna pode ocorrer. Estudar respostas do organismo capazes de diagnosticar a contaminação ambiental antes que esta atinja níveis estruturais altos do mesmo organismo e assim comprometer a sua sobrevivência é um dos principais desafios da ecotoxicologia atualmente. Neste trabalho, utilizamos a taxa de efluxo da rodamina B pelo mecanismo de resistência a multixenobioticos (MXR) para avaliar o efeito sub letal do FSA e TBT. Para tanto, contaminamos os mexilhões separadamente com concentrações encontradas em ambientes naturais de TBT (25, 55, 100, 300 e 500 ng/L) e de FSA (15, 25, 33, 50%) alem, de outras duas (75 e 100%) para se verificar o efeito deste ultimo contaminante em casos extremos. Foram definidas entre estas concentrações uma dose de cada contaminante (25ng/L de TBT e 33% de FSA) para se analisar o efeito destes contaminantes de forma conjunta, mantendo-se fixa um deles e vaiando o outro nas concentrações já citadas. Alem da avaliação da taxa de efluxo foi realizado também a avaliação em microscopia eletrônica de varredura (MEV) dos organismos expostos aos dois compostos concomitantemente. Entre os resultados encontrados, percebemos que as concentrações de FSA encontradas no ambiente se mantiveram próximas ao controle, sem diferença significativa, demonstrando uma ótima resposta do mecanismo de detoxificação celular como um todo, não sendo a Pgp sobrecarregada. As concentrações de 75 e 100% apresentaram uma forte inibição do mecanismo, podendo esta ser uma tendência do contaminante. Já nas concentrações de TBT a única dose que diferiu foi a de 100 ng/l, apresentando uma menos tendência a indução do mecanismo que as demais. Quando se expôs os organismos aos dois contaminantes observou-se perfis distintos, mantendo-se o FSA fixo a resposta era de uma leve inibição estando os níveis próximos ao controle. Com o TBT fixo o perfil encontrado foi parecido com o encontrado para o TBT isolado. Estas diferentes respostas podem ser devido ao TBT agir como um sensibilizador, fazendo com que o FSA tenha seu efeito pleno sobre o mecanismo. Para que isto ocorra devem estar envolvidos outros mecanismos de detoxificação, provavelmente o sistema P450, o qual é inibido pelo TBT e responsável pela conversão do FSA em compostos efluxados pela Pgp. Devem ser feitos mais estudos para se comprovarem estas hipótese, principalmente envolvendo o mecanismo e o sistema P450 com estes contaminantes. Nas análises de MEV, observou-se duas alterações na disposição dos cílios, sendo uma delas restrita aos grupos em que o FSA manteve-se fixo. Nesta alteração, os cílios formavam grupamentos circulares. Na outra alteração, os cílios se entrelaçavam, formando pontes entre os filamentos adjacentes. Ambas alterações alteram o fluxo de água no interior da brânquia, dificultando a alimentação e a troca de gases dos organismos afetados.
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