Estresse crônico prejudica aprendizado em peixes (Geophagus brasiliensis)
Abstract
Resumo: O objetivo do presente estudo foi testar o efeito da interação agonística na memória espacial da espécie de peixe cará (Geophagus brasiliensis), bem como se este efeito se relaciona à concentração de cortisol e/ou à atividade dos sistemas de neurotransmissão noradrenérgico, dopaminérgico e serotoninérgico. Animais adultos foram mantidos em interação agonística (através da presença de um espelho dentro do aquário) por três dias, sendo que no segundo e no terceiro dias foram submetidos ao teste de memória. O teste pretendeu avaliar a capacidade dos animais em se localizar no espaço para encontrar o local com a recompensa (ambiente familiar). Sabendo que o cortisol é o intermediador de processos prejudiciais no SNC é possível que o aumento da secreção de cortisol decorrente de condições de estresse durante a interação agonística se relacione com prejuízos no aprendizado. Conhecendo a contribuição dos neurotransmissores para os processos de aprendizagem e memória é possível que a ativação diferencial destes sistemas decorrente da interação agonística se relacione com benefícios no aprendizado. Os animais sob interação agonística, bem como do grupo controle (mantidos isolados) não aprenderam a tarefa proposta, provavelmente devido a falhas na metodologia do teste de aprendizado espacial. A liberação do cortisol indicou que na espécie utilizada o isolamento social não se constitui um agente estressor. Nem a liberação de cortisol e nem a atividade dos sistemas de neurotransmissão avaliados se relacionaram com o esperado em relação á condição de interação agonística bem como com o desempenho no teste de aprendizagem espacial.
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