Avaliação da toxicidade do herbicida atrazina em Jundiás
Resumo
Resumo : O uso de agrotóxicos ainda é o meio mais utilizado para assegurar a eficiência da produção agrícola, porém seu uso indiscriminado pode acarretar em efeitos deletérios aos organismos aquáticos. A atrazina é um herbicida seletivo, utilizado mundialmente, constituindo assim um importante contaminante ambiental, especialmente de ambientes aquáticos. O jundiá (Rhamdia quelen) é um peixe endêmico da América do Sul, presente em regiões onde são utilizados agrotóxicos, como a atrazina. Assim, este trabalho objetivou avaliar os efeitos tóxicos deste herbicida sobre Rhamdia quelen, através do uso de biomarcadores bioquímicos e morfológicos. A exposição foi realizada com as concentrações de 2, 10 e 100 µg/L de atrazina, em ensaio do tipo estático. Após 96 horas de exposição os peixes foram anestesiados, eutanasiados por secção medular e o fígado, cérebro e músculo foram retirados para as análises bioquímicas e morfológicas. Os resultados obtidos mostraram que a atrazina não alterou a atividade das enzimas acetilcolinesterase cerebral e muscular e da superóxido dismutase, e também não causou aumento na peroxidação lipídica e nos centros de melanomacrófagos. No entanto, em todas as concentrações testadas ela causou a redução da atividade das enzimas glutationa S-transferase, glutationa redutase e catalase. Foram também observadas lesões no tecido hepático, como necrose, infiltração leucocitária e vacuolização de hepatócitos, bem como aumento no número de melanomacrófagos livres. Estes dados sugerem que a concentração máxima de atrazina permitida pelo CONAMA em ambientes aquáticos brasileiros, de 2 µg/L, não representa um limite seguro para peixes da espécie Rhamdia quelen.
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