Análise dos genes do biometabolismo GSTT1, GSTM1 e CYP2D6 em pacientes com leucemias mielóide aguda e mielóide crônica
Resumo
Resumo : As Leucemias são doenças malignas dos glóbulos brancos (leucócitos) de origem, na maioria das vezes não conhecida. O desenvolvimento de câncer depende de uma série de fatores, como intensidade de exposição à carcinógenos e a suscetibilidade genética do indivíduo. A biotransformação de xenobióticos é dividida em duas etapas: fase I - oxidação e biossíntese e fase II - degradação ou detoxificação. Polimorfismos em genes que codificam enzimas envolvidas no biometabolismo influenciam diretamente a resposta individual a carcinógenos. Este trabalho teve como objetivo realizar um estudo de associação tipo caso-controle, procurando verificar a associação de polimorfismos nos genes do biometabolismo GSTM1, GSTT1 e CYP2D6 com o desenvolvimento das leucemias mielóide crônica e mielóide aguda. A amostra estudada foi composta por 61 pacientes com LMA e 67 pacientes com LMC e seus respectivos controles, pareados por sexo, etnia e faixa etária (±5 anos). Foram utilizadas amostras de medula óssea de pacientes e sangue periférico de controles e o DNA foi extraído pelo método de salting-out. Os polimorfismos foram analisados através de técnicas de PCR e PCR-RFLP. Para a LMA a média de idade dos pacientes foi de 40,05 ± 13,10 e dos controles de 39,59 ± 12,41, sendo que não houve diferença estatísticamente significativa entre estas (t=0,20; P>0,80). Foi encontrada uma associação positiva entre o gene GSTT1 e a suscetibilidade à LMA: GSTT1 - OR = 18,79 (IC 95% = 6,93-50,98), na distribuição da freqüência genotípica (? 2 1 = 42,40; P<0,001) e também no estudo dos genótipos de risco em conjuntos para os genes de fase II, GSTM1 e GSTT1 (OR = 2,6 – IC 95% = 1,20-5,62). Para os outros genes analisados não foram observadas diferenças estatísticamente significativas na distribuição das freqüências genotípicas e também não foram encontradas associações: GSTM1 – OR = 0,88 (IC 95% = 0,43-1,79) e CYP2D6 – OR = 0,58 (IC 95% = 0,25-1,35). Para a LMC a média de idades dos pacientes foi de 48,21 ± 11,94 e dos controles de 44,60 ± 9,79, sendo que não houve diferença estatísticamente significativa entre estas (t=0,03; P>0,90). Foi encontrada uma associação positiva entre o gene GSTT1 e a suscetibilidade à LMC: GSTT1 - OR = 4,34 – IC 95% = 1,90-9,95, e também na distribuição da freqüência genotípica (? 2 1 = 13,06; P<0,001). Para os outros genes analisados não foram observadas diferenças estatísticamente significativas na distribuição das freqüências genotípicas e também não foram encontradas associações: GSTM1 – OR = 0,88 (IC 95% = 0,44-1,76) e CYP2D6 – OR = 0,54 (IC 95% = 0,26-1,11). Estes resultados sugerem que o gene GSTT1 possui um envolvimento significativo tanto com a suscetibilidade à leucemia mielóide crônica quanto com a leucemia mielóide aguda. Os outros genes analisados (GSTM1 e CYP2D6), também envolvidos no biometabolismo de diversos carcinógenos, podem não contribuir de forma isolada para o risco de desenvolvimento da LMC e LMA. No entanto, os mesmo podem ser relevantes numa atuação conjunta – entre si e/ou – com outros genes na gênese de diversos cânceres, inclusive as leucemias.
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