Xiloglucana : isolamento e avaliação do efeito protetor em plantas de feijão-caupi contra Colletotrichum gloeosporioides
Date
2009Author
Corrêa, Marília Locatelli
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FeijãoColletotrichum gloeosporioides
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Monografia Graduação DigitalAbstract
Resumo : As xiloglucanas são polissacarídeos de reserva encontrados em algumas espécies de Leguminosae, servindo como fonte de carbono para promover o crescimento inicial da planta. Este heteropolissacarídeo também está presente na parede celular primária de plantas dicotilêdoneas e monocotiledôneas não-comelinóides, desempenhando uma função estrutural. Estudos anteriores já demonstraram que as xiloglucanas de reserva e estrutural apresentam várias aplicações biológicas, tanto em modelos animais como vegetais. O objetivo deste trabalho foi isolar e caracterizar as xiloglucanas de reserva dos cotilédones de Copaifera langsdorffi (copaíba) e Hymenaea courbaril (jatobá), obtidas por extração aquosa, e utilizá-las em ensaios biológicos visando a proteção de plantas de feijão-caupi (Vigna unguiculata) contra o fungo causador da doença antracnose, Colletotrichum gloeosporioides. A composição monossacarídica das amostras obtidas através das extrações aquosas de copaíba e jatobá confirmou a presença de xiloglucanas, com perfil homogêneo por HPSEC-MALLS/RI e M w de 7,48 x 105 g/mol para a copaíba e 8,48 x 105 g/mol para o jatobá. Neste trabalho foi realizado um ensaio biológico in vitro a fim de verificar o efeito das xiloglucanas e de outros compostos extraídos de plantas sobre o crescimento micelial do patógeno C. gloeosporioides. Dentre as substâncias testadas, apenas o óleo extraído de sementes de copaíba apresentou um efeito sobre o fungo, inibindo visivelmente o crescimento do micélio, porém estimulando a esporulação. As xiloglucanas de copaíba e jatobá não interferiram no desenvolvimento do patógeno. Um ensaio in vivo foi realizado para investigar o efeito das xiloglucanas de jatobá e copaíba no controle da doença antracnose em plantas de feijão-caupi. Oligossacarídeos obtidos através da hidrólise da xiloglucana de copaíba com a enzima celulase e os oligos- obtidos do extrato etanólico da precipitação da xiloglucana, também foram utilizados nos testes in vivo como indutores de resistência. Plantas com 21 dias foram tratadas na superfície adaxial das folhas primárias com os oligos- e polissacarídeos e após 72 horas, o patógeno C. gloeosporioides foi inoculado na mesma superfície. Um grupo controle recebeu água ao invés de indutor e outro não foi inoculado com o patógeno. A severidade da doença foi avaliada em intervalos de uma semana, sendo quantificadas as folhas sadias do grupo em relação ao total de folhas primárias. Até o 15º dia após a inoculação do patógeno na planta, cinco tratamentos foram efetivos em controlar a antracnose no feijão-caupi. A xiloglucana de copaíba foi testada em concentrações crescentes, variando de 12,5 a 1000 µg/ml, sendo que as doses de 50, 500 e 1000 µg/ml, apresentaram os melhores resultados de proteção: cerca de 60 a 70%. Os oligossacarídeos também foram eficientes no controle da doença antracnose nas plantas de feijão-caupi, com grau de proteção em torno de 60%. Estes tratamentos foram capazes de retardar o desenvolvimento da doença nas plantas, mas não induziram proteção sistêmica, pois a partir da terceira semana da inoculação do patógeno, a doença evoluiu rapidamente em todos os tratamentos e grupos controle.
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