Avaliação do impacto da frota industrial com espinhel-de-superfície sobre o Machote, Carcharhinus signatus (Poey, 1868) capturado na zona econômica exclusiva do sudoeste e sul do Brasil
Date
2012-12-19Author
Ferrari, Luana D'Ambrosio
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Tesesxmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-type
DissertaçãoAbstract
Resumo: O impacto que a frota industrial com espinhel-de-superfície exerceu sobre a estrutura populacional de Carcharhinus signatus, capturado na zona econômica exclusiva do sudeste e sul do Brasil, foi avaliado neste estudo. Os dados foram obtidos em cruzeiros de pesca da frota comercial sediada em Itajaí e Navegantes (SC) e de pesquisa efetuados entre os anos de 1996 e 2008 pelo Programa de Avaliação do Potencial Sustentável dos Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva (REVIZEE - SCORE SUL), pelos Projetos TAMAR, ARGO e Albatroz. Os tamanhos originais dos animais capturados foram obtidos através da conversão dos pesos das carcaças desembarcadas em comprimentos furcais. Posteriormente foi feita a análise da variação anual e sazonal na estrutura de tamanhos das capturas dessa frota. Adicionalmente analisaram-se os níveis de abundância relativa (CPUE) para essa espécie e sua relação com determinadas variáveis espaço-temporais. Estimativas de mortalidade total (Z), natural (M) e por pesca (F) também foram obtidas através de curvas de captura. Medidas para a conservação da espécie foram propostas. As capturas eram principalmente compostas de juvenis (entre 100 e 120 cm CF), ou seja, 76,6 % dos indivíduos capturados (n = 5522). A maior captura de juvenis foi no outono, com 74,4% dos indivíduos imaturos. As variáveis que influenciaram significativamente a CPUE (p<0,05), foram o ano, as estações e o tipo de isca utilizada. A CPUE declinou ao longo dos anos, tendência que também foi observada para cada um dos barcos avaliados individualmente. Os rendimentos foram maiores na primavera, quando a isca utilizada era a lula. As capturas estiveram concentradas sobre o talude, entre 500 e 4000 metros de profundidade, mas também foram registradas capturas sobre as elevações submarinas. As estimativas de mortalidade obtidas através das curvas de captura indicaram uma média de 31% de mortes ao ano, sendo que 15% de causas naturais e 16% por pesca. A frota espinheleira atua sobre as áreas de criadouro de C.signatus o que compromete sériamente o seu recrutamento à fase adulta. É preocupante esse padrão de exploração, pois a espécie é longeva e com baixa resiliência à pesca intensiva.
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