dc.description.abstract | Resumo: Esta tese analisou a construção da poética e das espacialidades dos barqueiros sobre o rio Madeira, no Estado de Rondônia. Nesta investigação, destacou-se as experiências vividas pelos sujeitos pesquisados, considerando "as suas vozes", as representações, os processos dialógicos e os significados atribuídos ao rio Madeira, situado num espaço de grande problemática ambiental que inclui principalmente a construção das usinas hidrelétricas (Santo Antônio e Jirau) na cidade de Porto Velho, o que reflete na manutenção da vida do grupo e na reorganização desse espaço amazônico. As transformações ocorridas variam desde ao alagamento de terras, remanejamento forçado de famílias, perda simbólica com o rio, mudança na dinâmica das águas, entre outros, sendo importante mostrar como o rio Madeira é percebido, interpretado e valorizado pelas populações locais. Para isto, priorizou-se a pesquisa qualitativa, recorrendo aos aportes teórico-metodológicos da Geografia Humanista-Cultural, atendo-se ao viés fenomenológico, nesta interface com os estudos linguísticos, perpassando pelos conceitos de lugar, espaço, espacialidade, representação, dialogismo, linguagem, cultura e imaginário poético. A pesquisa é vista como uma relação dialógica entre os sujeitos e dentro de um contexto sócio-histórico, e a consolidação do campo se deu através de vivências, viagens, entrevistas, aplicação de mapas mentais, registros fotográficos e anotações no caderno de campo. A faixa etária dos sujeitos da pesquisa variou de 18 a 72 anos e possuem origens nordestinas e amazônicas. Neste sentido, a linguagem atua como elemento primordial na composição da poética, sendo construída por um espaço dialógico, e que colabora com a transmissão da cultura. Os barqueiros elaboram diferentes espacialidades, a poética revela como os sujeitos explicam o seu modo de vida, estratégias de sobrevivência e manutenção da vida na Amazônia. Este olhar humanista possibilita a interpretação desses espaços dialógicos, uma vez que o homem constrói experiências, e recria o seu mundo vivido a partir dos processos interlocutivos. Isto é, o espaço é ressignificado e se transforma em lugar. Que esta pesquisa possa dar visibilidade ao grupo estudado e subsidiar às políticas públicas voltadas à Amazônia. | pt_BR |