Modelo Geoestatístico e Geológico do Depósito de Crisotila da mina Cana Brava - Minaçu Goiás
Abstract
Resumo: A mina de Cana Brava, localizada no município de Minaçu (GO), inserida no complexo ultramáfico de Cana Brava, é a única produtora de crisotila do país. Neste trabalho foram elaborados modelos geométrico, geoestatístico e conceitual do depósito em questão, com o intuito de agregar informação pertinente à gênese do minério, recalcular suas reservas e orientar a lavra. A base de dados utilizada para a geração do modelo geométrico compreende todas as campanhas de sondagens realizadas desde o inicio das atividades da mina. Estes dados permitiram a construção de seções geológicas, as quais foram interpretadas e integradas, o que permitiu a determinação da forma e das dimensões dos corpos mineralizados, bem como suas relações de contato com as rochas encaixantes. A modelagem geoestatísica consistiu na fragmentação do modelo geométrico, estudo variográfico, construção e comparação dos elipsoides de anisotropia variográfica, construção de modelo de blocos e krigagem ordinária dos teores de fibra de crisotila e permitiu o dimensionar os corpos mineralizados, estimar os teores e fibra e a variação dos mesmos. A análise das estruturas relacionadas às mineralizações associada a estudos petrográficos e análises químicas permitiu determinar os controles litológicos e estruturais da mineralização (modelo conceitual). A partir destes dados pode-se afirmar que a gênese do minério está associada à percolação de fluídos hidrotermais pela zona de cisalhamento norte-sul no extremo sul do complexo. A presença vênulas de crisotila em todas as rochas do complexo sugere a atuação de processo de ebulição violento (boiling), responsável pelo fraturamento das rochas e concomitante precipitação de serpentina. Supõe-se que nos locais mais afetados pelo idrocataclasamento a atuação dos fluidos hidrotermais tenha sido mais intensa. Nesse contexto, a presença de rochas peridotíticas, mais favoráveis à geração de serpentinas, estaria associada à formação de serpentinito verde (em avançado estado de serpentinização e de alto teor). Fora da região de “stockwork”, o fluido teria percolado as fraturas, abertas e fechadas, associadas a um sistema Riedel compressional e distencioal. Havendo espaço suficiente, ocorreria a precipitação de serpentina, do contrário ocorreria apenas a formação de zonas de alteração não mineralizadas. Ou seja, além da região de foco do hidrocataclasamento, a mineralização está associada às fraturas e falhas geradas em processos anteriores, sendo que a composição da rocha em contato com o fluido mineralizador teria importância crucial na formação de minério de alto teor.
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