Diagnóstico em bairro rural do município de Santa Mariana - PR visando a educação sanitária
Abstract
Resumo: A contaminação dos recursos naturais, dos alimentos e as inúmeras ocorrências de intoxicações e óbitos de seres humanos relacionadas ao uso de agrotóxicos nas propriedades rurais, levam à necessidade de obter diagnóstico desta realidade. As notificações e ou autuações de agricultores, profissionais de agronomia e comerciantes de agrotóxicos nem sempre atingem resultados satisfatórios, portanto, há necessidade de planejamento de ações visando também a Educação Sanitária, através do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária, Divisão de Fiscalização de Insumos e Serviços Agrícolas (DEFIS/DFI) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB). A metodologia utilizada foi à observação direta e entrevista semi-estruturada junto aos produtores rurais, quanto aos aspectos socioeconômicos, fitossanitários e ambientais. O foco da pesquisa foi uma comunidade rural denominada Bairro Água de Santa Mariana, no município de Santa Mariana, Estado do Paraná, Brasil. Foram avaliadas 10 (dez) de um total de 22 (vinte e duas) propriedades rurais que possuem infraestrutura, tais como: residências e depósitos de insumos e utilizam frequentemente agrotóxicos nas lavouras. Os resultados socioeconômicos mostram que a comunidade pesquisada é constituída basicamente por descendentes de italianos e japoneses; 30% dos agricultores concluíram o ensino fundamental e 50% dos filhos dos agricultores concluíram e/ou cursam o ensino médio profissionalizante; 80% das famílias possuem outras fontes de renda; 80% possuem trator e pulverizadores de barra, 30% colhedora de cereais; 40% dos produtores rurais admitiram não receber nenhum tipo de assistência técnica profissional; 80% produzem grãos como: soja, milho e trigo; 40% cultivam alfafa, 30% frutas; 30% criam bovinos. Os resultados ambientais demonstram que apenas 25% das propriedades possuem a mata ciliar e 70% não possuem reserva legal de acordo com a legislação ambiental; 20% das propriedades possuem problemas na conservação do solo. Os resultados fitossanitários revelam que 40% dos produtores rurais já utilizaram agrotóxicos ilegais (contrabandeados); 70% utilizam agrotóxicos sem a indicação de uso; 80% não usam o EPI nas aplicações de agrotóxicos; 60% dos agricultores já se intoxicaram com agrotóxicos; 100% armazenam incorretamente agrotóxicos e embalagens vazias; 60% reutilizam embalagens vazias de agrotóxicos para outras finalidades; 40% das propriedades possuem agrotóxicos obsoletos armazenados; apenas 37,5% dos pulverizadores de barra possuem manômetro funcionando; apenas 20% dos produtores rurais admitiram ler os receituários agronômicos; 70% não guardam os receituários agronômicos e notas fiscais por pelo menos 02 anos; 80% dos agricultores fazem mistura de agrotóxicos em tanque.