Atividade biológica de diversos carboidratos sobre macrófagos "in vitro"
Abstract
Resumo : Estudos recentes têm demonstrado que polissacarídeos isolados de plantas, fungos liquenizados e frutos podem apresentar algum tipo de atividade biológica, como por exemplo, atividade bactericida (COHN, 1978), antiviral (DAMONTE et ai., 1994), anticoagulante (NISHINO et aJ., 1991) e antitumoral (MA et ai., 1991). Também tem sido estudada a atividade biológica de oligossacarídeos, como exemplo a heparina, o qual apresentam atividade anticoagulante e antitrombótica (PANGRAZZI et ai., 1985).Neste trabalho foram utilizados vários polímeros de origens diferentes e com características químicas diversificadas para tornar possível a verificação da diferença de estrutura na atividade biológica. Os experimentos foram realizados com objetivo de verificar a viabilidade celular e a produção de metabólitos pelos macrófagos, os quais indicam a ativação celular. Os polímeros utilizados foram a galactoglucomanana nativa e sulfatada de Cladonia ibitipocae, a fração etanólica 5% extraída de Phy/lantus niruri, a fração alcalina 2% extraída de Agaricus blazei, o sobrenadante etanólico obtido de Spondias cytherea, a arabinogalactana extraída do exudato vegetal de Anadenanthera colubrina e a arabinoxilana ácida obtida da degradação do exsudato vegetal de Lívistona chinensis. Para os experimentos biológicos, as células foram obtidas por lavagem da cavidade peritoneal de camundongos Mus musculus e então foram centrifugadas, contadas e plaqueadas. Após o plaqueamento as células foram incubadas por 2 horas em atmosfera de CO2 5% para que ocorresse a adesão. Após este período, os poços foram lavados com PBS morno para que as células não aderidas fossem retiradas e então foram adicionadas as soluções com as drogas. Para o experimento de produção do H20 2, durante a incubação das células juntamente com as drogas. foram retiradas alíquotas nos tempos O, 30, 90 e 150 minutos para que fosse possível a quantificação do H20 2 formado. O resultado obtido foi diferente em cada material utilizado, sendo que em alguns materiais observou-se um aumento da produção deste metabólito proporcional às concentrações das drogas utilizadas e ao tempo de incubação (C. ibitipocae nativa e sulfatada e P. niruri 5%), já em outros materiais utilizados observou-se uma diminuição desta produção com o passar do tempo de experimento (A. blazei 2% e S. cytherea). Alguns dos materiais utilizados demonstraram uma inibição da produção deste metabólito causada pelo polímero (C. ibitipocae nativa, A. colubrina e L. chinensis degradada). Para os experimentos para a medida da produção de NO, foram utilizados os polímeros que apresentaram estimulação dos macrófagos para a produção de H20 2. e mais o polissacarídeo da galactoglucomana nativa de Cladonia. furcata. O polissacarídeo nativo de C. ibitipocae não apresentou aumento da produção de NO em nenhuma das concentrações utilizadas, já o material sulfatado apresentou estimulação na concentração de 200llg mL. O material nativo de C. furcata apresentou uma alta estimulação na concentração de 10llg/mL, sendo que nas maiores concentrações utilizadas essa estimulação não foi mais demonstrada. Este dado parece indicar uma inibição da produção de NO pelo polissacarídeo quando este é utilizado em altas concentrações. O oligossacarídeo de P. niruri 5%, como o material de C. ibitipocae nativa não apresentou aumento da produção de NO em nenhuma das concentrações utilizadas. A principal conclusão retirada deste trabalho foi que os polímeros que mais estimularam os macrófagos, tanto para a produção de H20 2 como de NO sem causar inibição desta atividade foram o polissacarídeo sulfatado de C. ibitipocae e o oligossacarídeo de P. niruri 5%.
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