Estudo comparativo da relação entre ansiedade, crenças de controle e desempenho acadêmico em alunos de duas disciplinas do Curso de Ciências Biológicas
Abstract
Resumo : A importância dos aspectos afetivos no desenvolvimento dos indivíduos vem sendo cada vez mais aceita entre psicólogos e pesquisadores da área de Educação. Um dos pressupostos compartilhados pelos pesquisadores refere-se à importância das representações que elaboramos sobre o nosso próprio comportamento e o dos outros. Dentre estas representações estão as crenças de controle, que são interrelacionadas e funcionam como variáveis moderadoras da aprendizagem e do desempenho escolar. A ansiedade é outro fator afetivo de grande influência na aprendizagem e na eficiência da avaliação. Sendo assim, os objetivos deste trabalho foram investigar o papel dos fenômenos afetivos, especificamente ansiedade traçoestado e crenças de controle, nos momentos de aprendizagem e de avaliação; investigar as possíveis relações entre o nível de ansiedade e crenças de controle, agência e competência; comparar os resultados obtidos entre grupos. A pesquisa contou com a participação de 119 alunos de duas disciplinas do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná. Foram utilizados instrumentos padronizados específicos para cada variável, sendo eles: Inventário de Crenças de Controle, Agência e Competência (Domínio Acadêmico) e Inventário de Ansiedade Traço-Estado. O padrão encontrado das crenças de controle foi o esperado, com os alunos atribuindo maior importância ao esforço do que a fatores externos, como a variável sorte, que obteve as médias mais baixas. Nota-se que os alunos acreditam pouco na capacidade intelectual em relação às outras condições analisadas para se atingir o sucesso acadêmico. Pequenas diferenças entre turmas foram encontradas sobre as crenças de controle. O nível do estado de ansiedade medido minutos antes da prova foi de 34,54%, considerado baixo em relação ao esperado. Por outro lado o traço de ansiedade encontrado foi de 45%, nível mais alto do que o observado em outros estudos. Não foram encontradas diferenças nos níveis de ansiedade entre turmas e gêneros. Várias correlações significativas foram observadas entre as variáveis analisadas. Dentre elas destacam-se a relação positiva entre a percepção da capacidade própria de se esforçar e a nota na prova; a expectativa geral de controle exercido sobre o próprio comportamento e o ambiente e a nota; correlação negativa entre o estado de ansiedade no momento da prova e a percepção do esforço como meio suficiente para se alcançar bom desempenho acadêmico; e a relação negativa entre o traço de ansiedade e a percepção de si mesmo como alguém capaz intelectualmente.
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