Poder, conflito e violência : considerações sobre o pensamento político de Hannah Arendt
Abstract
Resumo: Esta dissertação trata das relações que Hannah Arendt estabelece no campo filosófico quando apresenta seus conceitos de poder e violência. O que pretendemos demonstrar é que os conceitos arendtianos estão em constante relação entre si e com a realidade. Segundo Hannah Arendt, a origem e significados dos conceitos atualmente utilizados na teoria política foram significativamente obscurecidos pelos eventos políticos contemporâneos. Para esta autora, o regime totalitário que aparece nas figuras do nazismo e stalinismo, são os eventos que liquidam qualquer possibilidade de explicação da realidade a partir do arcabouço teórico filosófico que apresenta a modernidade. Tal como a autora denomina, o rompimento com o fio da tradição, nos obriga a buscar outra tradição de pensamento pensada a partir das experiências da antiguidade clássica grega e romana, e que de tempos em tempos veem expostas o sentido original de seus conceitos como poder e liberdade, espaço público e ação. Os conceitos de poder e violência na teoria filosófica de Hannah Arendt se encontram diferenciados de maneira sui generis: diferentes, porém complementares. A arte de distinguir e relacionar empreendida por Arendt está ligada à sua relação com a tradição de pensamento político da antiguidade clássica, ao mesmo tempo em que se mantém em permanente diálogo com a realidade e experiências do mundo contemporâneo. Neste trabalho teremos como linha argumentativa a questão do conflito, como possível chave de entendimento para a relação que está sempre presente entre os fenômenos de poder e violência aqui apresentados. Hannah Arendt, ao distinguir tais fenômenos, não deixa de estabelecer a interessante relação de complementaridade na diferença entre ambos. Este será o fio condutor do trabalho. Assim, será a partir da relação entre o poder e a violência que o conflito, característica implícita da pluralidade, nos propõe a articulação entre os dois fenômenos. Abstract: This dissertation deals with the relationships that Hannah Arendt states in the field of philosophy when he presents his concepts of power and violence. We want to demonstrate is that the concepts arendtians are in constant relationship between themselves and with reality. According to Hannah Arendt, the origin and meaning of the concepts currently used in political theory were significantly obscured by contemporary political events. For this author, the totalitarian regime that appears in the figures of Nazism and Stalinism, are the events that settle any possible explanation of reality from a theoretical framework that presents philosophical modernity. As the author calls the break with the thread of tradition, obliges us to seek another tradition of thought from the thought experiments of classical Greek and Roman antiquity, and from time to time see exposed the original meaning of its concepts as power and freedom, public space and action. The concepts of power and violence in the philosophical theory of Hannah Arendt are differentiated so sui generis, different but complementary. The art of distinguishing and relating undertaken by Arendt is linked to its relationship with the tradition of political thought of classical antiquity, while it remains in constant dialogue with reality and experiences of the contemporary world. In this work we have line of argument as the issue of conflict as a possible key to understanding the relationship that is always present between the phenomena of power and violence presented here. Hannah Arendt, to distinguish such phenomena, it is nonetheless interesting to establish a complementary relationship of the difference between the two. This will be the guiding principle of work. Thus, it is based on the relationship between power and violence that conflict, characteristic of the plurality implicit in the proposed link between the two phenomena.
Collections
- Teses & Dissertações [9191]