A insurgência da outra da outra da outra : uma análise da superexploração das travestis e mulheres transgêneras como crítica ao sujeito do direito
Resumo
Resumo: A discussão está dentro da violência perpetrada via sociabilidade capitalista a certos corpos, a despeito de vivenciarmos no Brasil modelo estatal apoiado juridicamente na dignidade da pessoa humana e em um sistema político socialdemocrata. As travestis e mulheres trans não sofrem opressões do mesmo modo que as mulheres cis, o que as insere no processo de alteridade como a outra da outra da outra. Mas elas se insurgem (na teoria e na práxis) contra este (não) lugar construído e determinado pela sociabilidade capitalista; lugar mediado por valores universais da democracia burguesa e que permanecem fundamentais nas democracias contemporâneas. A presente tese tem por objetivo central manejar a insurgência das travestis e mulheres trans como crítica aos universalismos ampliando horizontes de reflexão sobre a sociedade atual, via aproximação entre transfeminismo e marxismos. Os universalismos são representados pelo direito (e seu sujeito), pela mulher original do feminismo e também pelo conhecimento científico. A hipótese apresentada é que encontrarei na insurgência um caminho de crítica e reflexão viável para ampliar o enfrentamento ao capitalismo na atualidade (falo das democracias contemporâneas sob a face neoliberal) ao aproximar transfeminismo e marxismos. A fim alcançar o objetivo central, foi realizado estudo teórico das bases epistemológicas dos feminismos e marxismos, juntamente com realização de pesquisa empírica desenvolvida a partir da vivência das travestis e mulheres trans, utilizando suas narrativas e sua arte como fonte. Após os estudos ficou comprovada a hipótese de viabilidade metodológica de aproximação entre transfeminismo e marxismos para uma crítica aos universalismos. Abstract: The discussion is within the violence perpetrated via capitalist sociability against certain bodies, despite the fact that we experience in Brazil a state model legally supported by the dignity of the human person and a social democratic political system. Transvestites and trans women do not suffer oppression in the same way as cis women, which inserts them into the process of alterity as the other of the other of the other. But they rebel (in theory and in practice) against this (non) place constructed and determined by capitalist sociability; place mediated by universal values of bourgeois democracy and which remain fundamental in contemporary democracies. The main objective of this thesis is to deal with the insurgency of transvestites and trans women as a critique of universalism, expanding horizons of reflection on current society, through the rapprochement between transfeminism and marxisms. Universalisms are represented by law (and its subject), by the original woman of feminism and also by scientific knowledge. The hypothesis presented is that I will find in the insurgency a viable path of criticism and reflection to expand the confrontation with capitalism today (I'm talking about contemporary democracies under the neoliberal face) by bringing transfeminism and marxisms together. In order to achieve the central objective, a theoretical study of the epistemological bases of feminism and marxisms was carried out, along with empirical research developed from the experiences of transvestites and trans women, using their narratives and their art as a source. After the studies, the hypothesis of methodological viability of bringing together transfeminism and marxisms for a critique of universalism was proven.
Collections
- Teses [321]