O avanço tecnológico nas relações de trabalho : o impacto do teletrabalho na saúde mental da mulher
Resumo
Resumo: O avanço tecnológico e a revolução das chamadas tecnologias de informação impulsionaram mudanças em vários âmbitos da sociedade, incluindo o mundo do trabalho. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo trazer a baila algumas problemáticas acerca do tema, especialmente no que tange ao teletrabalho realizado por mulheres em suas residências. Tal modalidade emergiu como principal estratégia para manutenção da economia durante a pandemia do COVID-19, e evidenciou a falta de regulamentação jurídica acerca do tema, tendo em vista aspectos como a dificuldade de assegurar um meio ambiente adequado para realização das atividades laborais, a falta de controle de jornada e disponibilidade constante do trabalhador que leva a violação do direito à desconexão, e por consequência a efetiva garantia do direito à saúde. Ao fazer um recorte de gênero, tendo como pano de fundo a divisão sexual do trabalho e a supervalorização do trabalho produtivo, observou-se que para as mulheres o teletrabalho significou uma concentração de atividades domésticas, familiares e laborais no mesmo ambiente, levando a sobrecarga fisica e mental, isolamento social e consequentemente problemas psiquicos. Constatou-se mais uma vez a continuidade do sistema de opressão, perpetuado por meio da exploração e da invisibilização do trabalho de cuidado não remunerado desempenhado pelas mulheres. Abstract: Technological advancement and the revolution in so-called information technologies have promoted changes in various areas of society, including the world of work. In this sense, the present work aims to bring to light some questions about the topic, especially with regard to teleworking carried out by women in their homes. This modality emerged as the main strategy for maintaining the economy during the COVID-19 pandemic, and highlighted the lack of legal regulation on the subject, taking into account aspects such as the difficulty of guaranteeing an adequate environment for carrying out work activities, the lack of control over working hours and constant availability of workers, which leads to a violation of the right to disconnection, and consequently the realization of the guarantee of the right to health. When taking a gender perspective, with the sexual division of labor and the overvaluation of productive work as a backdrop, it was suggested that for women, teleworking meant a concentration of domestic, family and work activities in the same environment, causing an overload physical and mental, social isolation and consequently psychological problems. Once again, the continuity of the system of oppression was confirmed, perpetuated through exploitation and the invisibility of unpaid care work performed by women.
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- Ciências Jurídicas [3393]