A doença que habito : um livro-reportagem sobre a atuação e aprendizados dos profissionais de saúde e imprensa durante a epidemia de AIDS nas décadas de 1980 e 1990
Resumo
Resumo : Este trabalho propõe um livro-reportagem impresso, com narrativas sobre profissionais da saúde e da imprensa que enfrentaram a aids em Curitiba nas décadas de 1980 e 1990. A pesquisa e o livro são resultados de revisão bibliográfica e entrevistas de profundidade e semiestruturadas, feitas de forma presencial com as fontes a partir de um roteiro pré-estabelecido. Foram mais de 6 horas de áudios gravados e 10 horas de imersões na vida dos 10 entrevistados, com cerca de 7 horas de locomoção, incluindo trajeto entre os lugares onde aconteceu as entrevistas para produzir o estudo. Tal trabalho se sustenta por operadores teóricos como Susan Sontag, James N. Green, Jean-Jacques Bernardet e João Silvério Trevisan. A aids chegou sem pedir licença, na década de 1980. À época, os profissionais de saúde não tinham conhecimento sobre tratamento, transmissão ou mesmo o que causava aquele mal. Pacientes com manchas escuras no corpo chegavam aos consultórios e ambulatórios, enquanto os médicos faziam o possível para aliviar o sofrimento. As mortes eram rápidas e o preconceito atinge os profissionais de saúde que não se furtaram de atender os primeiros doentes – na sua maioria homens homossexuais. Durante esse mesmo período, jornalistas recebiam notícias sobre o surgimento de um "câncer gay". A epidemia entra na pauta dos veículos de comunicação, aos quais cabe informar sobre a doença desconhecida e tratar de assuntos correlatos à contaminação, como drogas e sexualidade. Esse é o cenário estudado na presente pesquisa. Médicos e jornalistas aprenderam junto com a evolução do vírus do HIV. Os infectologistas e afins se especializavam no tratamento enquanto jornalistas abriam o debate público a respeito do tema – ambos sujeitos a erros e a atos de heroísmo.
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