Normatividade e factualidade : uma interpretação e avaliação dos argumentos de Kripke em sua leitura de Wittgenstein
Resumo
Resumo: Saul Kripke, a partir dos textos tardios de Wittgenstein, propôs um paradoxo em tor-no da noção de seguir regras que tem como consequência a impossibilidade não apenas do significado linguístico, mas também de todo tipo de representação con-ceitual. Esta dissertação apresenta um entendimento do argumento de Kripke e uma tentativa de refutação do mesmo. Na parte construtiva é feito um esforço para expli-car como que o argumento é construído de um modo que a conclusão flui das pre-missas a partir da mera necessidade conceitual envolvida nas noções de significado e normatividade. É dada uma atenção especial para o uso que Kripke faz da chama "lei de Hume" de acordo com a qual a partir de proposições que descrevem fatos não é possível derivar logicamente proposições normativas. A parte destrutiva da dissertação visa mostrar que há uma possibilidade negligenciada por Kripke que po-de estabelecer a ponte entre os fatos e a normatividade: a teoria ideacional do signi-ficado. Para mostrar isso é esclarecido o significado do termo 'ideia' e explicado co-mo que, ao se assumir a acepção correta da expressão, é possível estabelecer a conexão entre fato e normatividade necessária, de acordo com Kripke, para uma so-lução direta ao paradoxo. Abstract: Saul Kripke, based on the later Wittgenstein texts, has proposed a paradox about the notion of following a rule that has as consequence the impossibility not only of the linguistic meaning, but of every type of conceptual representation. This dissertation presents an interpretation of Kripke's argument and attempts a refutation of it. In the constructive part I explain how the argument is built for the conclusion flow from the premises only by mere conceptual necessity involved in the notions of meaning and normativity. It is given a special attention to Kripke's use of the so-called "Hume's law" which states that it is impossible to derive logically normative proposition from propositions that describe facts. The destructive part of the dissertation is intended to show that there is a possibility overlooked by Kripke that can establish a bridge between facts and normativity: the ideational theory of meaning. To show that I clarify the meaning of the term 'idea' and explain that, if we accept the proposed meaning of the expression, it is possible establish the connection between meaning and facts required, according to Kripke, for a direct solution to the paradox.
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