Crise blástica na Leucemia Mielóide Crônica
Resumo
Resumo : A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é uma doença clonal relacionada com
uma anomalia genética adquirida caracterizada pela presença do cromossomo
Philadelphia (Ph), que corresponde à translocação entre o braço longo do
cromossomo 9 e o braço longo do cromossomo 22. A translocação resulta na
expressão da proteína de fusão BCR-ABL, com atividade enzimática tirosina
quinase, responsável pelo descontrole da divisão celular. A LMC pode apresentar 3
fases: a fase crônica, a fase acelerada e a crise blástica, que representa o quadro
mais grave da doença. O diagnóstico da crise blástica pode ser realizado pelo
hemograma, em que se observam a presença de blastos acima de 20%, basofilia
intensa representando 20 a 80% dos leucócitos, anemia intensa associada a
poiquilocitose, anisocitose, policromatofilia e trombocitopenia ou trombocitose
proeminente. Além do hemograma, exames complementares como, o mielograma, a
biópsia da medula óssea e a pesquisa das alterações genéticas, juntamente com os
sintomas clínicos, podem auxiliar a elucidação da evolução da doença. A fase
blástica ou crise blástica está relacionada com surgimento de outras anomalias
cromossômicas,como a duplicação do cromossomo Ph, a trissomia do 8, o
isocromossomo 17q ou mutações do gene p53, as quais podem ser observadas na
citogenética antes mesmo do paciente apresentar os sintomas compatíveis desta
fase. O quadro tem uma evolução rápida e sem resposta aos tratamentos, sendo
uma das maiores causas de morte em pacientes com LMC. Desta forma, o estudo
adicional citogenético, quando realizado precocemente, pode auxiliar no prognóstico
e no tratamento dos pacientes com LMC que evoluem para a crise blástica. O
objetivo do presente estudo é realizar uma revisão bibliográfica da LMC, com
enfoque na avaliação das características clínicas e laboratoriais de pacientes que
evoluíram para crise blástica.
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