Distúrbios vocais em profissionais da voz : relação entre dados ocupacionais, laringológicos e perceptivo-auditivos obtidos no ambulatório de um hospital referência em Curitiba (PR)
Resumo
Resumo : A disfonia não está listada como doença profissional e nem mesmo há normas legais claramente estabelecidas que relacionem alteração vocal com o trabalho. Objetivos: Avaliar o perfil epidemiológico, entre os profissionais que utilizam a voz como instrumento de trabalho, atendidos em um hospital de referência e sugerir um protocolo de atendimento para pacientes com suspeita de disfonia ocupacional. Materiais e Métodos: Estudo observacional e prospectivo realizado no período de março a dezembro de 2013. Resultados: Foram avaliados 37 pacientes com distúrbio vocal, sendo que apenas 12 eram profissionais da voz (32,4%). A média geral de idade foi de 44,9 ± 9,6 anos. Em relação ao gênero o predomínio foi feminino. A profissão mais frequente foi a de professor com 6 casos (50%), seguido de vendedor 3 casos (25%). Na avaliação do absenteísmo, faltaram ao trabalho por problemas na voz 5 casos (41,7%), com uma média de 8,8 ± 4,5 dias. A readaptação da função de forma temporária ocorreu em 4 casos com um média de 14,2 ± 5,3 dias. A mudança de função ocorreu em 3 casos (25%) e todos passaram a exercer atividades administrativas. A disfonia funcional foi a mais frequente com 58,3%. Houve nexo causal em 58,4% dos casos. Conclusão: A implementação de um protocolo de disfonia permitiu que se fizesse o levantamento do perfil da população estudada, apesar do número pequeno de participantes. A divulgação e ampliação desse protocolo poderá permitir a identificação dos riscos à saúde vocal com uma visão ocupacional, propondo ações de promoção/prevenção/reabilitação à
saúde vocal.
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- Medicina do trabalho [182]