Inventário de necromassa em remanescentes florestais no estado do Rio de Janeiro
Resumo
Resumo: A quantificação da necromassa depositada sobre o chão da floresta em diferentes regiões fitoecológicas faz parte do conjunto de informações a ser produzido pelo Inventário Florestal Nacional no Estado do Rio de Janeiro. O presente trabalho utiliza dados coletados durante o inventário no período de setembro de 2013 e agosto de 2014 e foram analisados por região fitoecológica. A amostragem adotada pelo Inventário Florestal Nacional utiliza o método da linha interceptadora, e foi conduzida através da instalação de dois transectos de 10 metros de comprimento, disposto em forma de cruz no ponto central de cada unidade amostral em conglomerado. Para este estudo foram utilizadas 138 unidades, sendo que em 123 unidades houve levantamento de necromassa e em 67 delas existe registro de fragmentos de galhos ou troncos que interceptaram pelo menos uma linha amostral. Foram medidos os diâmetros de galhos e troncos de madeira ou outro material lenhoso, com diâmetro mínimo de 2,5 cm. Cada um destes fragmentos foi classificado em três diferentes níveis de decomposição, conforme prescrito na metodologia do Inventário Florestal Nacional. Os valores de densidades utilizados foram obtidos para necromassa na região de Floresta Ombrófila Densa na Amazônia Oriental para o diâmetro inferior a 10 cm, e um gradiente altitudinal de Floresta Ombrófila Densa no Nordeste do Estado de São Paulo, para diâmetro superior a 10 cm foram adotadas conforme a classe de decomposição. O estudo revelou que cerca de 95% dos fragmentos de necromassa registrados nas regiões fitoecológicas estudadas apresentam diâmetros entre 2,5 e 10 cm. A média do volume de necromassa na região fitoecológica de Florestal Estacional Decidual foi de 14,91 m 3 .ha-1 , na Floresta Estacional Semidecidual foi de 30,48 m 3 .ha-1 , na Floresta Ombrófila Densa foi de 16,78 m3 .ha-1 e na Restinga de 7,35 m3 .ha-1 . Em todas as regiões estudadas, os maiores valores de volume de necromassa referem-se aos fragmentos em decomposição avançada (Classe 3) e representam cerca 70% do total do volume de necromassa registrada, cerca de 20% em decomposição inicial (Classe 2) e 10% do volume de necromassa é de material novo (Classe 1). O estudo revelou que os remanescentes florestais na região da Floresta Estacional Semidecidual estocam 10,65 Mg.ha-1 , seguido das regiões de Floresta Ombrófila Densa e Estacional Decidual com 6,13 e 5,59 Mg.ha-1 , respectivamente, e a região de Restinga apresentou um valor de 2,83 Mg.ha-1 . Não houve diferença significativa entre as médias dos valores de peso de necromassa nas 4 regiões fitoecológica estudadas para a=0,05 em análise de variância. Neste estudo evidenciou-se a necessidade de uma melhor avaliação quanto ao comprimento ótimo da linha interceptadora para as análises de estoque de necromassa. Grande parte do estoque de fragmentos registrados encontrados foram de peças com até 10 cm de diâmetro com cerca de 95% das amostras registradas. Estes registros representam cerca de 50% do estoque de carbono as regiões estudadas. O estudo mostrou que cerca de 70% dos registros de fragmentos foram classificados em decomposição avançada. Este resultado aponta a importância de se determinar, com maior precisão, a densidade básica desses resíduos, principalmente para as classes de menor diâmetro.
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