Perfil epidemiológico da alopecia fibrosante frontal
Resumo
FUNDAMENTOS: A alopecia frontal fibrosante (AFF) é classificada como uma
alopecia cicatricial; apresenta-se clinicamente com recessão progressiva da
linha de implantação frontotemporal e redução das sobrancelhas, acometendo
principalmente mulheres na pós-menopausa.
OBJETIVO: Revisão dos casos de alopecia fibrosante frontal a fim de definir
aspectos epidemiológicos, comorbidades, associação com fatores extrínsecos,
apresentação clínica, achados diagnósticos, opções terapêuticas e padrões de
evolução da doença.
MÉTODOS: estudo retrospectivo, observacional, que utilizou dados de trinta
e oito pacientes com o diagnóstico clínico de alopecia frontal fibrosante
confirmada pelo exame histopatológico.
RESULTADOS: 38 pacientes, todas do sexo feminino, com idade média de
61,1 anos, 73,6% pós-menopausa. O acometimento das sobrancelhas estava
presente em 34 (89,47%) pacientes, 73,68% referiram redução dos pelos no
corpo. Apenas 2 pacientes apresentavam líquen plano ungueal, uma paciente
com líquen plano pigmentoso e uma paciente com pápulas em fronte. 28% das
pacientes apresentaram hipotireoidismo. Foi feita a medida da distância
glabela-linha frontal, cuja média foi de 8,03 cm.
CONCLUSÕES: Foi possível confirmar o predomínio em mulheres pósmenopausa da doença. Notamos a elevada frequência de acometimento em
sobrancelhas e outros pelos do corpo, no entanto a frequência de líquen plano
cutâneo associado foi rara. A associação com hipotireoidismo parece ser
importante. A medida frontal pode ser útil para o seguimento e para o
diagnóstico precoce da AFF.
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