Jornalismo impresso protestante e suas relações de poder no processo de consolidação da república brasileira : a comunicação-político-religiosa nas páginas do jornal "O Estandarte"
Resumo
Resumo: Este trabalho, de perfil descritivo, estuda a comunicação político-religiosa do jornal protestante O Estandarte – o qual pertencia ao grupo religioso presbiteriano – , assim como as relações de poder entre os editores do referido jornal – grande parte destes participantes do jogo político brasileiro – , e republicanos no último decênio do século XIX, especificamente 1893, ano da fundação do jornal. Tem-se por certo que os interesses republicanos nortearam a política editorial de inúmeros jornais de matriz liberal-republicana, mas qual era a orientação política do jornal protestante O Estandarte? Na tentativa de responder a essa questão analisaremos de maneira empírica os artigos desse jornal no ano de sua fundação. Concomitantemente a essa tentativa, verificaremos algumas pautas do jornal O Estado de São Paulo, a fim de estabelecermos correlações entre a política editorial de ambos os jornais. A escolha do jornal O Estado de São Paulo deu-se, primeiramente, por ser este um dos porta-vozes do republicanismo e, também, por motivações biográficas, visto que dois dos principais nomes desse jornal, Rangel Pestana e Júlio de Mesquita, em determinado período atuaram numa instituição protestante. Da mesma forma o principal redator de O Estandarte, Eduardo Carlos Pereira, posteriormente, escreveu artigos em O Estado de São Paulo. No desenvolver do trabalho levantamos a hipótese de que essas atuações resultaram numa relação de poder e num compartilhamento de ideias em prol do recente regime político implantado, o republicanismo, assim como numa comunicação religiosa por parte de O Estandarte com uma grande carga político-ideológica.