Análise da variabilidade cromossômica e distribuição geográfica de duas espécies de Oligoryzomys (Rodentia, Cricetidae) ocorrentes nos Estados de Santa Catarina e Paraná
Resumo
Resumo : A partir do levantamento dos dados citogenéticos de exemplares das duas espécies de Oligoryzomys presentes nos acervos dos Laboratórios de Citogenética Animal (UFPR) e Biologia (FURB), associados às coletas em S. José dos Pinhais, foram estudados 129 animais coletados em 16 localidades (13 no Paraná e três em Santa Catarina), sendo 107 (75M:32F) de Oligoryzomys nigripes e 22 (14M:8F) de Oligoryzomys flavescens. Objetivando caracteriza-los cariotipicamente e associando-os às diferentes regiões de sua distribuição, foram aplicadas diferentes metodologias, desde a captura de exemplares, preparação citológica, aplicação de diferentes técnicas de colorações (comum em Giemsa e bandamentos C e G) e análise ao fotomicroscópio. A espécie Oligoryzomys nigripes, 2n=62, mostrou um cariótipo altamente polimórfico, como conseqüência de variações no par 3 e nos cromossomos sexuais. Três estados cariomorfológicos foram detectados com relação às diferentes combinações dos dois tipos de cromossomos do par 3 (MM; MA e AA), que refletiram em uma variação no número de braços dos autossomos (NA = 80 a 82). Pelo padrão de bandamento G confirmou-se a suspeita de uma inversão pericêntrica como responsável pela variação morfológica no cromossomo 3. Tanto o cromossomo X (M e SM) como o Y (SM, M e A) mostraram-se também polimórficos. Entre os 22 exemplares de Oligoryzomys flavescens, verificou-se uma variação no 2n (64 a 66), como decorrente da presença de até dois cromossomos B (NA = 66 a 68). O número de exemplares com e sem cromossomos B foi idêntico (50%), mostrando ser esta uma característica marcante desta espécie. Os padrões de bandamento C, mostraram a heterocromatina constitutiva fortemente marcada e restrita à região pericentromérica dos autossomos, braço curto do X, todo o Y, este com duas marcações com tonalidades diferentes, e B todo corado. Considerando-se os 13 locais de coleta no Paraná, O. nigripes teve uma distribuição mais ampla (12 localidades) do que O. flavescens (cinco). Em cinco dos locais de coleta, sendo quatro no Paraná e uma em Santa Catarina, as duas espécies ocorreram em simpatria.
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