Condição reprodutiva da betara-preta, Menticirrhus americanus (Linnaeus, 1758), capturada pela pesca artesanal em Itapoá-SC-Brasil
Resumo
Resumo : Peixes representam grande parte da biomassa desembarcada pela pesca em Itapoá-SC. Os principais petrechos utilizados nas comunidades de Barra do Saí e Itapema do Norte são: emalhe de fundo, caceio, e arrasto camaroeiro, com variações sazonais. Como todo extrativismo, a pesca provê impacto sobre os estoques naturais. Devido à importância e impacto desta atividade sobre o ecossistema, o presente estudo avalia a incidência da pesca artesanal sobre a atividade reprodutiva de Menticirrhus americanus (Sciaenidae) em duas comunidades de Itapoá. Realizaram-se amostragens mensais entre ago/2006 e ago/2007 totalizando 633 peixes analisados. Os exemplares foram medidos para obtenção do comprimento total; pesados; dissecados para identificação sexual, de estádios de maturação e pesagem das gônadas; o índice gonadossomático (IGS) foi calculado; parte das gônadas foi encaminhada para histologia (HE) e observada ao microscópio óptico para confirmação e ou correção dos estádios; o comprimento médio de primeira maturação (CT50) foi estimado a partir da distribuição da freqüência de indivíduos adultos por classe de comprimento. A proporção sexual para o período foi de 1 macho para 2,8 fêmeas, variando mensalmente e apenas em março e maio manteve-se 1:1; em fevereiro o número de machos superou o de fêmeas (?²); por classes de tamanho apresentou diferenças significativas em todas as classes com exceção da classe 212 -l 249mm, sendo que a partir de 317 mm foram obtidas somente fêmeas. A freqüência mensal dos estádios de maturação manifestou predomínio de indivíduos maduros entre outubro e janeiro. Em machos o pico do IGS médio ocorreu em dezembro (1,7%) e o valor mínimo foi registrado em julho (0,6%); em fêmeas os valores de IGS médio mantiveram-se acima de 3% entre setembro e dezembro, alcançando o mínimo em julho (1,2%); a freqüência dos estádios de maturação e valores de IGS sugerem maior atividade reprodutiva na primavera-verão. Para machos o CT50 foi estimado em 181 mm e para fêmeas em 226 mm. No fundeio, em todos os meses com exceção de maio e julho, mais de 50% dos peixes capturados estavam em reprodução. No caceio predominaram indivíduos jovens e em maturação (82%). Na pesca de arrasto não foram coletados indivíduos em reprodução. Conclui-se: a betara-preta completa seu ciclo reprodutivo na região, com maior intensidade reprodutiva durante a primavera-verão; o fundeio é a arte de pesca que mais incide sobre indivíduos em reprodução.
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