Estrutura da comunidade de morcegos (Mammalia: chiroptera) em floresta ombrófila mista, no município de Balsa Nova, Paraná, Brasil
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Data
2007Autor
Oliveira, Nathalia Yurika Kaku de
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Resumo : Os morcegos estão entre os mamíferos mais abundantes das regiões tropicais, o que os tornam excelentes instrumentos para estudos sobre a biodiversidade. No município de Balsa Nova localiza-se um dos maiores remanescentes de Floresta Ombrófila Mista (FOM) da região, o qual está inserido na Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana. Estudos que forneçam informações sobre a biologia, composição das populações e estrutura da comunidade de morcegos em FOM são importantes para estabelecer as medidas de conservação desta fauna. O presente trabalho objetivou o estudo da comunidade de morcegos do Distrito de São Luís do Purunã, Município de Balsa Nova. As capturas foram realizadas com dez redes-de-neblina, abertas do sol poente ao nascente, durante quatro noites por mês, no período de março de 2006 a fevereiro de 2007. Foram capturados 419 indivíduos de 18 espécies de morcegos, sendo 10 espécies pertencentes à família Phyllostomidae (3 Phyllostominae, 1 Desmodontinae, 2 Glossophaginae, 1 Carolinae, 3 Stenodermatinae), 7 espécies a Vespertilionidae e 1 a Molossidae. As espécies mais abundantes foram Sturnira lilium (37,9% do total de capturas) e Desmodus rotundus (20,4%), seguidas por Mimon bennettii (7,0%) e Myotis nigricans (6,1%), sendo que as demais espécies apresentaram uma frequência inferior a 4%. S. lilium e D. rotundus são comuns em ambientes alterados, enquanto que M. bennettii, espécie pouco conhecida, costuma ser encontrada em locais conservados, como outros representantes da subfamília Phyllostominae. Nessa área foi feito o registro de uma espécie recentemente descrita de Vespertilionidae, Eptesicus taddeii, cuja frequência foi de 3,6%, além da presença de Myotis ruber (3,2%), espécie ameaçada de extinção. Das espécies capturadas quatro são preferencialmente frugívoras, duas nectarívoras, uma carnívora, uma hematófaga e dez insetívoras. Essa estrutura trófica está associada ao clima de região subtropical e às interferências humanas, como a pecuária. As espécies capturadas indicam que a área de estudo está relativamente bem preservada, mas que pode estar sofrendo grande impacto antrópico, demonstrando a necessidade de serem estabelecidas estratégias de preservação.
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