Composição de micotoxinas e bromatologia de silagens de milho em silos de grande porte utilizando imagens em infravermelho
Resumo
Resumo: Objetivou-se avaliar o uso da termografia em infravermelho (TIV) como ferramenta indicadora da qualidade bromatológica e sanitária de silagens de milho em cinco regiões do Brasil. Foram visitadas 109 propriedades usuárias de silagem de milho nas bacias leiteiras de Castro (n = 32) e Toledo (n = 20) no Paraná, sudeste de Goiás (n = 14), sul de Minas Gerais (n = 23) e oeste de Santa Catarina (n = 20). Em cada propriedade, foram coletadas três amostras de silagem de milho, em pontos de diferentes temperaturas na face exposta do silo. Foram avaliadas a composição bromatológica e o teor das micotoxinas: aflatoxinas B1, B2, G1 e G2; zearalenona (ZEA); ocratoxina A (OTA); deoxinivalenol (DON) e fumonisinas B1 e B2 (FB B1, FB B2). As silagens se mostraram altamente variáveis em relação à composição bromatológica apresentando valores médios de 7,1%, 52,5%, e 65,2% para PB, FDN e NDT, respectivamente. Mais de 91% das amostras apresentaram algum tipo de micotoxina, sendo a maior incidência de ZEA (72,8%) e a menor de AFB1 (0,92%) das amostras positivas. A probabilidade de presença de micotoxina em cada ponto de temperatura foi estimada com base na razão entre probabilidades ajustadas (adjusted odds ratio). A probabilidade de detecção de ZEA em silagens produzidas em Castro foi maior do que nas demais localidades. Para a OTA a probabilidade de presença no ponto quente do painel do silo foi 66% maior que em relação ao ponto frio (P<0,02), no entanto a baixa incidência (6,1%) não permite atribuir o efeito do aquecimento sobre a produção dessa micotoxina. No caso da DON a probabilidade de ser encontrada no ponto de aquecimento médio foi 46% maior que na temperatura mais baixa. A termografia foi eficiente na identificação dos pontos de maior aquecimento no painel do silo em 54,1% das avaliações , porém a temperatura pontual não pode ser utilizada como indicador para predizer a qualidade bromatológica da silagem. A razão de probabilidade ajustada não permite afirmar que a temperatura no painel do silo está relacionada com a presença de micotoxinas em silagens de milho. As práticas agronômicas adotadas na condução da lavoura, do plantio até o fornecimento aos animais são determinantes para controlar a concentração final de micotoxinas na silagem. Abstract: This work aimed to evaluate the infrared thermography (IRT) as a tool to indicate chemical composition and healthy of maize silages from five Brazilian regions. The farms (n = 109) were sampled in Castro (n = 32) and Toledo (n = 20) in Parana, Goiás (n = 14), Minas Gerais (n = 23) and Santa Catarina (n = 20). In each farm three samples of silo face were collected at different temperature sites. The chemical composition and the mycotoxins content were evaluated: aflatoxin B1, B2, G1, G2; zearalenone (ZEA); ochratoxin A (OTA); deoxynivalenol (DON); fumonisin B1 and B2 (FB B1, FB B2). Maize silages showed highly variable chemical composition with average value of 7.1%, 52.5%, e 65.2% of CP, NDF and TDN, respectively. Mycotoxins were found in more than 91% of the samples and ZEA was the most prevalent (72.8%). Only aflatoxin B1 was detected at a very low incidence (0.92%). The probability of mycotoxins occurrence in each temperature parameter was estimated based on the adjusted odds ratio. The probability of ZEA detection in silages produced in Castro was higher than in other locations. For OTA the probability of presence in the hot spot of silo face was 66% higher than in relation to the cold spot (P <0.02), but the low incidence (6.1%) does not assign the heating effect on the this mycotoxin content. The probability of DON to be found at the medium heating spot was 46% greater than at the lowest temperature spot. The IRT was accurate to identify hot sites at the silo face in 54.1% of evaluations. However, the temperature can not be used to predict chemical composition of silages. The adjusted odds ratio did not show that the temperature in the silo face is related to the presence of mycotoxins in maize silage. The agricultural practices used on crop field, from planting to animal feed, are crucial to avoid mycotoxins in silages.
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