Monitoramento microbiológico visando alimento seguro no PIMO
Resumo
Resumo : Atualmente existe uma preocupação e uma busca por um estilo de vida mais saudável, o que reflete no aumento do consumo de frutas e verduras. Esse aumento do consumo também está ligado a uma mudança de postura, caracterizada por consumidores que procuram não apenas alimentos frescos e saudáveis, mas também, alimentos mais seguros. O morango é uma fruta que tem grande apelo comercial, bastante consumido, sobretudo in natura, o que o transforma em um potencial causador de doenças transmitidas por alimentos (DTAS). A contaminação durante a produção do morango pode dar-se em qualquer momento, visto que micro-organismos fazem parte da natureza e, em condições precárias de higiene, proliferam-se rapidamente. O objetivo do presente trabalho foi identificar os micro-organismos presentes nas diversas etapas da produção do morangueiro, em duas propriedades participantes do Projeto de Produção Integrada de Morango (PIMO), localizadas em São José dos Pinhais, Paraná. visando diminuir os agentes microbiológicos que possam interferir na qualidade do produto final. Foram realizadas duas coletas para a água de irrigação (safra 2008 e 2009) e uma para mãos dos produtores, caixa e coleta e fruto (safra 2009). A análise de coliformes termotolerantes da água e do fruto foi feita através da técnica dos tubos múltiplos de acordo com a Portaria Nº 518 (25/03/2004) da ANVISA. Os fungos foram isolados de acordo com a Instrução Normativa N° 62 (26/08/2003) do Ministério da Agricultura, com adaptações para a o isolamento dos fungos das mãos e da caixa de coleta. Todos os isolados, foram identificados por macro e micromorfologia, através da técnica de microcultivo. Escherichia coli, Salmonella sp e Staphylococcus aureus foram analisados de acordo com a Instrução Normativa N° 62 (26/08/2003) do Ministério da Agricultura, com adaptações para a análise de Staphylococcus aureus. Em relação aos fungos, gêneros encontrados foram: Cladosporium e Drechslera na água de irrigação; Acremonium na caixa de coleta; Rhizopus e Cladosporium nas mãos e Aspergillus e Penicillium na caixa de coleta e nas mãos. Os gêneros Aspergillus e Penicillium foram encontrados com maior freqüência em todas as etapas da produção, com exceção da água. Espécies de Aspergillus estão associadas à produção de micotoxinas e de Penicillium com doenças degradativas do fruto. A análise mostra que as duas propriedades apresentam água imprópria para a irrigação de hortaliças, de acordo com a resolução N° 357 (17/03/2005) do CONAMA. Escherichia coli foi encontrada em todas as amostras de água e mãos, Staphylococcus aureus foi encontrada em mãos e caixa de coleta e não foi detectada a presença de Salmonella sp. Apesar do fruto não ter apresentado microorganismos patógenos, a presença destes durante a produção indica que existe a possibilidade de contaminação, pois as propriedades não possuem normas de boas práticas na pós colheita, o que diminui a qualidade e inocuidade do fruto oferecido ao consumidor.
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