Biomonitoramento do Rio Iguaçu através de biomarcadores bioquímicos de contaminação ambiental em astyanax sp. (Pisces, Teleostei)
Resumo
Resumo : O rio Iguaçu, afluente do rio Paraná, é o maior rio de nosso Estado. Seu curso segue o sentido geral leste oeste e seu ponto de origem localiza-se na região metropolitana de Curitiba, a partir da confluência dos rios Atuba e Iraí. Sua bacia é caracterizada por um elevado grau de endemismo, provavelmente ocasionado pelo isolamento geográfico decorrente da formação das cataratas. Apesar de sua grande extensão e importância, a qualidade de suas águas superficiais apresenta-se afetada principalmente pela falta de coleta e tratamento de esgotos domésticos, por efluentes industriais e pela atividade agrícola ao longo do trajeto do rio. Para avaliar estas condições, o uso de biomarcadores de contaminação ambiental revela-se uma ferramenta importante de monitoramento, pois mostra os efeitos de contaminantes sobre os organismos vivos. O objetivo deste trabalho foi realizar o biomonitoramento de duas localidades do rio Iguaçu (Porto Amazonas e Irineópolis) através da avaliação de biomarcadores bioquímicos de contaminação ambiental em peixes do gênero Astyanax. Para isto foram realizadas duas coletas, a primeira em abril/08, referente à época de seca, e a segunda em outubro/08, referente à época de chuva. Foram coletadas e congeladas em nitrogênio líquido amostras de músculo e cérebro para a análise da atividade enzimática da Acetilcolinesterase (AChE), e fígado para a análise das atividades enzimáticas da Catalase (CAT), Glutationa S-transferase (GST) e a Lipoperoxidação (LPO). As análises referentes aos processos de estresse oxidativo indicaram que no ponto de Porto Amazonas (abr/08) pode-se observar um aumento na atividade enzimática da CAT e da GST e uma diminuição da LPO. Já a coleta de Porto Amazonas (out/08) apresentou baixa atividade específica da CAT e da GST bem como baixas medidas da LPO. Em Irineópolis (abr/08) a atividade enzimática da CAT estava aumentada, a GST não apresentou diferenças significativas e a LPO estava em baixas concentrações. Finalmente, para Irineópolis (out/08) houve uma elevada medida da LPO seguido por uma baixa atividade da CAT sem alterações significativas da GST. Referente às análises de neurotoxicidade pôde-se observar que a atividade específica da AChE cerebral e muscular apresentou-se diminuida nos peixes de Porto Amazonas quando comparados aos de Irineópolis para as duas coletas, sugerindo uma possível exposição a compostos organofosforados e carmabatos. As respostas obtidas pelos biomarcadores poderão contribuir para gerar um conjunto de dados que possa vir a auxiliar no monitoramento da qualidade da água do rio Iguaçu.
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